CAPÍTULO 41 – ESPIRITUALISTAS DESCENSORES NÃO VÃO AOS CÉUS
Não são necessários ao Espiritualista ser versado em Bíblia, nem se preocupar com a tergiversação havida nas diversas traduções que fizeram nos livros sagrados dela, para saber que ela não respalda o Espiritismo mediúnico.
A Bíblia não julga, não condena e nem pune os praticantes de espiritualismo retrógrado, entre os quais os Espíritas mediúnicos, os umbandistas, etc., mas sim, ela condena a prática. A ação de reprovação da Bíblia não recai sobre o pecador, mas sim contra o pecado.
O Espiritualista deve sim saber analisar ou combater os seus próprios pensamentos e os pensamentos dos outros, para saber quando estes colidem com os preceitos doutrinários iniciáticos.
Deve-se respeitar o direito que todas as pessoas têm de entender o mundo à sua maneira e, adorar a Deus, ou ao seu Deus, da forma como lhes convier, ao mesmo tempo em que se compreende que respeitar não significa concordar.
Todo caminhante progressista da Senda Iniciática tem o direito de discordar do caminhante retrógrado do Espiritismo mediúnico e tem o dever de defender a doutrina iniciática jesuscristiana contra estas práticas do espiritualismo retrógado, ao mesmo tempo em que respeita os defensores da doutrina Espírita, umbandista, etc.
O que todos nós devemos perceber, não importa o que os outros dizem, é que desde que o mundo é mundo, a Mediunidade, a Feitiçaria, a Grécia, o encantamento, a mandinga, a Necromancia, o Camdomblé,etc., tem se constituído quase na mesma coisa, a partir do fato que possuem pontos em comum: ambos trabalham com Entidades do além tumba, pertencem ao espiritualismo retrógrado, ao contrário ad Teurgia, promovem a desligação entre os seus fiéis e Deus não os conduz através da Senda Iniciática, em direção à Iniciação Venusta.
Em todos os tempos, ao longo da história do mundo, houve naturalmente os Médiuns, receptores inconscientes de Entidades do além. Estes Médiuns pelo fato, de serem os instrumentos manipulados por estas Entidades na produção de fenômenos insólitos e incompreendidos, foram qualificados de Feiticeiros e acusados de pactuarem com o diabo, da forma que se passou por tradição e posteriormente pelas escrituras até os nossos dias. Então, na Bíblia as palavras Médium e Feiticeiro se equivalem.
Da mesma forma e ao contrário dos Médiuns e dos demais agentes Espiritualistas retrógrados, há os Teúrgos do espiritualismo progressivo, que possuem conhecimentos acima do vulgar e equivocadamente, muitas das vezes, são taxados também de Feiticeiros.
Nem Feiticeiros, nem Médiuns, nenhum Espiritualista retrógrado possui faculdades da alma despertas, o que possuem são desvios destas. Mediunidade não é faculdade iniciática progressista e sim defeitos psíquicos que trazem complicações cármicas como conseqüências.
Há Entidades de todas as categorias que se possa imaginar, porém todas são farinhas do mesmo saco. Todas agem afrontando a Lei de Anúbis. Há Entidades que se divertem fazendo o mal e outras, fazendo o bem de forma errada, mas ambas são prestidigitadoras, enganam as pessoas e a lei do karma.
Também há Médiuns apropriados para recepção de todo gênero de manifestações. Por mais elevada que seja a Entidade (erroneamente chamadas de espíritos), ela é uma violadora da Lei Divina.
Há também as Entidades menos elevadas que representar palhaçadas e fazem escamoteações para divertimento dos curiosos. “A realização de fenômenos à vontade, em privado ou em público é sempre suspeita, onde a Mediunidade e a prestidigitação se tocam de modo tão intrínseco que é difícil deixar de associar os fenômenos mediúnicos a Magia Negra.” Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são fornicação, impureza, conduta desenfreada, idolatria, prática de Espiritismo, inimizades, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras, festanças e coisas semelhantes a estas” (Gálatas” 5:19-21).
A Bíblia, mesma configurada pela ideologia tendenciosa do ente humano, sempre posiciona contra o Espiritismo e contra espiritualismo retrógrados, por estarem associados aos agentes que operam os fenômenos mediúnicos, goéticos, necromanticos, etc. “Lá fora estão os cães e os que praticam o Espiritismo, e os fornicadores, e os assassinos, e os idólatras, e todo aquele que gosta da mentira e a prática (Revelação, 22:15).
Historicamente a Bíblia não se posiciona contra o Espiritismo isoladamente, mesmo porque ele nem existia de fato, antes de Kardec. O que a Bíblia rechaça são os agentes e tudo o que se associa a eles e que promovem os fenômenos de desligamento entre o ente humano o seu Real Ser, como os fenômenos mediúnicos, os goéticos, os de Feitiçaria,etc.
Naturalmente quer sim, quer não, o Espiritismo se associa ao Mediunismo. E também se associa à goética, à Necromancia, etc., num ponto de convergência básico que é inteiração entre os seres do além.
E é neste contexto que o Espiritismo, relacionado com a Mediunidade, é criticado pelas Escrituras Sagradas. “Quanto à alma que se vira para os Médiuns Espíritas e para os prognosticadores profissionais de eventos, a fim de ter relações imorais com eles, certamente porei minha face contra essa alma e a deceparei dentre seu povo. (Levítico 20:6). “E quanto ao homem ou à mulher em quem se mostre haver um espírito mediúnico ou um espírito de predição, sem falta devem ser mortos. Devem atirar neles pedras até morrerem”. (Levítico, 20:27).
Em toda e qualquer tradução bíblica, em qualquer língua, em qualquer tempo mesmo nos textos mais antigos, vamos encontrar sempre as palavras Médiuns, mediúnicos, feiticeiro e Feitiçaria, encantadores e adivinhos, etc.
No novo testamento, na época dos apóstolos Paulo, João, etc., e Velho Testamento, na época de Moisés e dos profetas, não se usavam o termo Espiritismo, porque não existia ainda formalizado e instituído, como existe hoje associado ao Mediunismo.
Tudo isto para um bom entendedor resulta muito claro que o Espiritismo, enquanto fenômeno, embora sem nome, sempre existiu de modo informal, latente, em perspectiva.
De modo formal o fenômeno Espiritismo saiu do anonimato e foi batizado com os neologismos: Espiritismo, Espírita, etc. Assim estes termos foram introduzidos na cultura universal por Allan Kardec, em 1857.
Kardec criou os termos Espiritismo e Espírita como modificação das palavras espiritualismo e Espiritualista, justamente para denominar os Espiritualistas convencionais, que quisessem aderir à Doutrina Espírita.
Para tal propósito, o Médium Allan Kardec codifica a Doutrina Espírita, na perspectiva mediúnica. Ele fez isto, ao bem da veracidade dos fatos, em minha opinião, para camuflar os fenômenos mediúnicos associados ao Espiritismo. Foi uma estratégia, uma manobra, para disfarçar indelevelmente esta simbiose entre o recém criado Espiritismo e Mediunismo.
O leitor atento, que é sequioso para encontrar a verdade, não importando onde quer que ela esteja, vai descobrir que em todos os dicionários existe uma diferenciação conceitual muito grande entre as definições de Feitiçaria e de Espiritismo, mas que na prática ambos usam meios diferentes para a obtenção de um mesmo fim; possuem uma mesma base fenomênica.
Tanto a Feitiçaria quanto o Espiritismo estão edificados sobre fenômenos retrógrados, na Senda das Iniciações, para promoverem não a religação, mas sim a desligação entre Deus e o homem.
A Feitiçaria e o Mediunismo são praticados dentro de um contexto mágico, místico, recheados de ilusão, às vezes, colhendo resultados até maléfico para seus consulentes.
Embora o Espiritismo tenha surgido precisamente para separar, para confundir esta fenomenologia, chamada de paranormal, magia, misticismo e superstição, ele não conseguiu, à luz da verdade, pois está montado no substrato do espiritualismo retrógrado.
Não é verdade que os estudos do Espiritismo são sempre feitos dentro de rigorosos critérios científicos, e sua prática é inspirada na moral cristã. Os estudos do Espiritismo na realidade são distanciados da exatidão das leis da natureza, ferem as leis de karma e dharma, retorno, recorrência e reencarnação; e tem uma noção equivocada das dimensões do cosmo e da relação monádica entre espírito e Entidade, e são incompatível com a cosmognose.
As práticas Espíritas não obedecem à moral cristã, por serem infringentes de preceitos da doutrina Jesuscristiana Primígena e estar montada sobre princípios bíblicos tergiversados.