CAPÍTULO 01 – TRAJETÓRIA DE APRENDIZAGEM DAS ALMAS
Todos nós um dia, na forma ígnea, vivíamos na presença do nosso Pai Celestial. Num determinado momento nós tivemos que sair de lá e vir para cá. Agora estamos aqui, um dia teremos que voltar para lá de novo, de onde viemos.
Esta nossa viagem teve um ponto de partida e um dia terá um ponto de chegada, que poderá ser exatamente no mesmo lugar de onde saímos, se voltarmos para os Céus.
Nesta nossa viagem de vinda e de volta percorremos uma trajetória circular, já que na mecânica celeste do universo relativo tudo é curvo, tudo é cíclico. Para nós, viajantes desta Odisseia no espaço cósmico, o importante é saber onde estamos agora, nos situarmos na trajetória de percurso, para saber se estamos em repouso ou se movimentando. E se estamos em movimento, para onde estamos indo, em que sentido nós estamos percorrendo esta trajetória, em relação aos pontos de partida? Estamos indo em direção à santificação, para os Céus ou em direção à satanificacão, para os Infernos?
Para isto precisamos saber quais são os elementos deste nosso movimento:
01. Sentido – Nesta nossa viagem espiritual, é importante saber para onde estamos nos movimentando espiritualmente, saber se a nossa posição neste caminho está variando, no decorrer do tempo, em relação aos pontos de partida e de chegada.
02. Movimento – Da mesma forma é bom saber se estamos em repouso, estagnados espiritualmente, se a nossa posição não está variando, no decorrer do tempo, em relação aos pontos de partida.
03. Referenciais - Na trajetória de nossa viagem, o nosso referencial é o ponto de partida. O ponto de partida é de onde saímos lá da presença de Deus, no Universo Absoluto (Brhama ou Céus das religiões). O ponto de chegada é para onde estamos indo.
04. Direção - A direção do nosso movimento é a linha que une os pontos de partida e de chegada, que interliga os extremos.
05. No ponto de partida de nossa viagem, num extremo, nos Céus, está o Criador do movimento e de seus elementos. Este inteligente Criador é o Grande Arquiteto do Universo, Demiurgo, Brhama ou Deus. No outro extremo oposto ao ponto de partida, nos Infernos, está o oposto complementar de Deus, o inverso de Deus, que é o Satã.
06. Sentidos – Nossa trajetória é circular e ela pode ser percorrida nos seus dois sentidos opostos. No sentido ascendente, chegaremos a Deus, nos Céus; no sentido descendente, chegaremos ao Satã, nos infernos.
07. Tipos de movimentos – O nosso movimento, no sentido ascendente, é denominado de Movimento Progressivo. Da mesma forma, no sentido descendente é denominado Retrógrado.
08. No movimento progressivo caminhamos em direção a Deus, em direção aos Céus. No movimento retrógrado caminhamos em direção a Satã, em direção aos Infernos.
09. Móvel – Nosso móvel nesta movimentação é a nossa própria Mônada, que um dia já esteve ligada a Deus fora desconectada e agora está tentando religar-se, conectar. E para tentar ajudar a acelerar esta religação é que foram sendo criadas, ao longo dos tempos, as religiões, as organizações espirituais.
10. Tempo de percurso - Nossa mônada tem o tempo de um Dia Cósmico ou Mahamvantara para fazer este percurso, em movimento uniforme. Mas uma mônada revolucionária, em movimentação acelerada, aumenta a velocidade de percurso e encurta o tempo.
11. Aceleração - Então, cada religião ou ordem espiritual é um acelerador, que pode ajudar a acelerar ou retardar a velocidade do nosso movimento.
12. As escolas espirituais foram criadas pelas Lojas Branca e Negra, no decorrer da história, para ajudar na religação das mônadas ao seu criador ou na desligação destas. A Loja Branca coordena intensivamente a movimentação dos caminhantes progressistas e a Loja Negra coordena a vigem dos caminhantes retrógrados.
13. Os caminhantes que se movimentam em direção a Deus, que percorrem o caminho através de provas e iniciações brancas, são chamados de Mago Brancos. Da mesma forma, quem caminha no sentido contrário é chamado de Mago Negro.
14. Deus teve que criar relativismos, para que houvesse a complementaridade de todas as coisas do cosmos, e a lei do livre arbítrio. Sendo assim, Ele dá à mônada a permissão para escolha do sentido do caminho que ela quer percorrer, porque Ele não é dogmático e nem antidemocrático.
15. Para Deus é importante que usemos a lei do livre arbítrio e definamos o nosso sentido de percurso, na Senda Iniciática.
Não podemos ficar em cima do “muro”, devemos escolher o caminho do mal para o mal ou do bem para o bem. A indecisão não agrada a Deus! O pessoal do “muro” não serve para Deus, porque é morno, não é quente e nem frio, não se movimenta nem para o lado de Deus e nem para Satã. Mas com o passar do tempo é tragado por Satã. “Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus. Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente!Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca” (Apocalipse 3:14-16).
Para ilustração deste fato vejamos a Parábola da Indecisão:
“Havia um grande muro separando dois grandes grupos. De um lado do muro estavam Deus, os anjos e os servos leais de Deus. Do outro lado do muro estavam Satanás, seus demônios e todos os humanos que não servem a Deus. E em cima do muro havia um jovem indeciso, que havia sido criado num lar cristão, mas que agora estava em dúvida se continuaria servindo a Deus ou se deveria aproveitar um pouco os prazeres do mundo.
O jovem indeciso observou que o grupo do lado de Deus chamava e gritava sem parar para ele:
– Ei, desce do muro agora… vem pra cá!
Já o grupo de Satanás não gritava e nem dizia nada. Essa situação continuou por um tempo, até que o jovem indeciso resolveu perguntar a Satanás:
– O grupo do lado de Deus fica o tempo todo me chamando para descer e ficar do lado deles. Por que você e seu grupo não me chamam e nem dizem nada para me convencer a descer para o lado de vocês?
Grande foi a surpresa do jovem quando Satanás respondeu:
– É porque o muro já é MEU”