CAPÍTULO 19 - EUS OU ENTIDADES LASCIVAS
Há Entidades lascivas e outras de diferentes tipos, que enganam os Médiuns e seus consulentes: se apresentam como se fossem anjos reais, seres divinais, mas no fundo são Entidades fantasmagóricas tenebrosas.
O Médium por estar inconsciente no transe, não tem o poder de discernimento naquele instante, em tempo real, para perceber se é algo bom ou mau que baixou nele. Pois ele não tem o poder de interferir no cenário e nem na cena, naquele momento. Só depois de terminado o processo psíquico inconsciente é que ele vai recordar do que se passou, no seu espaço psicológico, após recobrar a sua própria consciência.
Em síntese, as Entidade mediatas do além, baixam no Médium no devido momento em que ele perde a sua consciência, perde o seu juízo, perde a sua governabilidade, fica um sujeito sem autonomia.
Os Médiuns são portadores de dois tipos de eus lascivos ou Entidades lascivas: imediatas e mediatas. O ego ou Entidades imediatas do Médium são aquelas que foram criadas por ele mesmo, que residem nele, no seu espaço psicológico. As Entidades mediatas são aquelas dos mortos que baixam nos Médiuns periodicamente, que foram criadas em vidas por aqueles mortos.
Para aprofundar neste tema vamos estudar na íntegra o texto do V.M. Samael, extraído do seu livro "Mistério do Áureo Florescer":
'Brognoli esclarece, muito instrutivamente, até que extremo pode chegar a força de formação de eus−diabos, pode se dizer já ideoplástica, ou seja, a representação sexual, excitada pelo órgão sexual' (V.M. SAW).
“Havendo−me detido em 1664, em Veneza, veio ver−me o Vigário Geral de um Bispado do continente, para me pedir conselho sobre o seguinte caso:”
“Num convento de monjas havia uma, muito dada aos jejuns e abstinências voluntários. A parte deles era seu agrado e prazer a leitura de livros profanos que tratavam de transformações como as efetuadas por Circe e outras encantadoras, ou bem pelas antigas divindades que convertiam os seres em animais, aves, serpentes e espíritos.”
“Certa noite, apareceu−lhe a figura de um moço extraordinariamente belo e, enquanto o contemplava assombrada, lhe disse: Não temas, minha querida irmã!”
“Não és tu aquela monja que gosta dos jejuns sobre toda medida? E não te entregou a eles de todo coração?”
“Pois hás de saber que sou o Anjo chamado Jejum e venho a ti para agradecer−te e corresponder com igual amor ao teu.”
“Antes fui filho de um rei; porém, como em meus anos juvenis, nos que também tu te encontras, amei e me entreguei, também, por inteiro ao jejum; meu pai se enojou muito, renegando−me.”
“Mas eu, não fazendo caso nenhum de suas admoestações, segui fazendo minha vontade até que ele, cheio de cólera, me expulsou do palácio. Porém, os deuses aos quais venerava, reprovaram tal repúdio e, acolhendo−me, transformaram−me em anjo e dando−me o nome de Jejum, outorgaram−me também a faculdade de adotar a forma de um jovem, na que me vês, e o dom de não envelhecer nunca.”
“Estou, ademais, dotado de tal mobilidade que, em tempo indizivelmente breve, posso transladar−me de uma a outra parte do mundo, indo e vindo invisível, porém, mostrando−me àqueles que me amam.”
“E, assim, havendo−me manifestado os deuses que me destinaste todo teu amor, venho a ti expressar meu agradecimento e para permanecer contigo e sertir−te em tudo, segundo teu gosto.”
“Por esta causa realizei hoje a grande viagem; deixa−me, pois, dormir, esta noite, em teu leito, se te apraz. Não temas a minha companhia, pois sou amigo da castidade e do Pudor. ”
“A monja, suavemente comovida e seduzida por este discurso, admitiu o anjo em seu leito. A primeira noite foi tudo bem; ele não se moveu. Porém, na segunda começou a abraçá-la e a beijá−la, em mostra de agradecimento e amor, não se separando dela, nem de dia nem de noite, admoestando−a para que não contasse o segredo jamais a seu confessor, nem a ninguém.”
“Servia−a com o maior zelo e diligência e a seguia por toda parte. Por fim, no ano de 1664, ao chegar a data do Jubileu, a monja foi assaltada pelo arrependimento e revelou tudo a seu confessor; este lhe aconselhou que expusesse o assunto, em confissão, também, ao Vigário Geral do Bispado, para que este provesse o adequado, a fim de liberá−la do maligno. Assim, pois, aquele acudiu a mim em busca de conselho.”
‘” Resulta evidente que o espírito lascivo Jejum era um eu projetado tão vividamente pela monja que parecia, certamente, ser uma pessoa diferente'