CAPÍTULO 17 – INFINITO CONHECIMENTO INICIÁTICO DOS SÁBIOS


A gnose ou conhecimento iniciático é o conhecimento das partes e do todo do universo relativo e do universo absoluto, do Criador do universo e das coisas criadas por Ele, do tempo e da eternidade, da totalidade e da realidade de todas as coisas.

Gnose é o conhecimento infinito! E nesta sua infinitude, cada um de nós, se apropria de uma parte dele, segundo o potencial cognitivo (anelo) da nossa alma, nas escolas da vida, nas escolas convencionais, nas escolas espirituais.

A palavra gnose é um substantivo feminino grego, que vem do verbo gignósko e que significa conhecer. O termo gnose, no seu sentido amplo, significa conhecimento de todas as coisas, tanto materiais com espirituais, nos seus infinitos ramos. No sentido restrito, a palavra gnose descreve o conhecimento espiritual superior, interno, iniciático.

Na realidade, holisticamente falando, a palavra gnose é muito mais antiga do que se imagina, ela vem do Watan, língua Atlântida, passando pelo sânscrito, como jinana ou gnana até chegar ao grego com a grafia de gnosis.

A palavra gnose é a forma latinizada do vocábulo grego gnosis, que deriva do verbo gignósko, cujo significado etimológico é conhecer. No latim, gnosis também toma o sentido de Scientia (ciência), já que conhecimento é o mesmo que ciência.

Estudar gnose significa estudar o conhecimento. Gnóstico significa aquele que conhece.   O contrário de gnose (conhecimento) é agnóia (ignorância).
Os gregos dividiram o conhecimento, que era uno, em dois ramos principais: Episteme e Gnosis. Episteme passou a ser o designativo do conhecimento de natureza material e gnosis o designativo do conhecimento de natureza espiritual.

No Grego clássico e no grego popular, usam-se os termos koiné e gignósko para designação de conhecimento. Koiné possui o significado de epistéme e é usado para designar o conhecimento inferior ou intelectual. Gignósko possui o significado de gnosis e é utilizado para denominar o conhecimento superior ou espiritual.

Vamos encontrar o termo gnose, no dicionário da língua portuguesa, na composição de outras palavras designativas de conhecimento, como em diagnóstico e prognóstico.

Do grego o prefixo holos significa todo, inteiro, integral, totalidade, realidade. Este prefixo é usado na formação de palavras que traduzem o significado de tudo do todo, como holística, holismo, holosótica, holosótico, etc.

O Termo holosótico é formado por holos (todo) e óptico (visão). Holosótico é a visão do todo, que é composto pelas suas diversas partes.
Gnose é um vocábulo latinizado, que se origina do termo grego gnosis e significa conhecimento na forma de sabedoria. A gnose que está presente, na Terra, desde o início, é estudada em história e em filosofia e nas ciências convencionais, como gnosiologia, cosmognose, etc.

O gnosticismo é tido como o conhecimento perfeito da realidade, da verdade, de Deus e é transmitido, ao longo da história, por tradição e por convênios de iniciações, que se dão nos movimentos gnósticos. A gnose é um conhecimento que brota do coração de forma misteriosa e intuitiva e leva o homem ao sentimento de pertencimento ao todo do cosmo.

Ao bem da veracidade dos fatos há dois tipos de gnosticismo: cultural e iniciático. Gnosticismo cultural é o nome que se dá para o conjunto de conhecimento espiritual primário, mais insipiente, de perfil público, que se transmite nas religiões e ordens espirituais culturais. Gnosticismo Iniciático é o nome atribuído ao conjunto de conhecimento espiritual superior, de perfil privativo, dado nas organizações inciáticas.

O estudante gnóstico busca o conhecimento na forma de sabedoria. Ele busca não o conhecimento intelectual, factual, fragmentado, somente, mas aquele conhecimento que lhe dá o sentido de inteireza de todas às coisas, dos fatos, dos fenômenos e acontecimentos do cosmos.  Busca o conhecimento que dá sentido à sua vida, tornando-a plena de significado, porque permite o encontro holístico do homem com o seu Real Ser Interno.

Na teoria do conhecimento, os estudantes de ciências sociais possuem uma disciplina chamados gnosiologia. A palavra gnose está inserida diretamente no nosso dicionário e indiretamente ela é conhecida no nosso cotidiano, expressando ação de conhecer, como em diagnose ou diagnóstico, prognose ou prognóstico, etc.
Diagnose ou diagnóstico significa o conhecimento da doença por meio dos sintomas ou dos efeitos, das possíveis causas da patologia. O mesmo se faz com a análise dos outros fenômenos naturais, sociais, científicos, etc.

Prognose ou prognóstico tem o significado de conhecimento prévio, por antecipação, de algum acontecimento ou evento do futuro e é muito utilizado na estatística e outras ciências da previsão, nas estações meteorológicas.
O objetivo do conhecimento gnóstico é nortear a religação do homem a Deus e tudo o que emerge dele. Todo o conhecimento gnóstico conduz o estudante à compreensão de um Deus Pai absolutamente imanente e transcendente.

A gnose, holosoticamente falando, é um conceito que permeia o conhecimento religioso, psicológico, científico, filosófico e artístico de todas as escolas convencionais e organizações espirituais. A partir desta visão, o significado da vida aparece recheado de um real significado, com uma visão interior.

Toda alma almeja conseguir a paz, o amor e a felicidade. Porém a plenitude do Ser, que é a extrema felicidade, só encontra no verdadeiro lar da alma, que é no Universo Absoluto. Por isto queremos voltar para nossa casa de origem, por meio do conhecimento, temos anelo humano de transcender as leis mecânicas e alcançar a Unidade com Deus.

A gnose, como conhecimento de todas as coisas sempre esteve presente no seio da humanidade, desde o princípio do mundo até nossos dias. Hora ela esteve de modo velado, como conhecimento ocultado do grosso da massa humana, hora como conhecimento desvelado, mas para poucos, por meio dos grandes mestres da humanidade, como ocorreu em 1950.  Foi aí neste ano que o V.M. Samael Aun Weor restaurou a gnose, fundando o Movimento Gnóstico Cristão Universal, configurando-o como um movimento filosófico, científico, místico, sem fins lucrativos.

Após a morte do V.M. Samael, o Sr. Joaquim Henrique Amortegui Valbuena, V.M. Rabolú o sucedeu na condução do Movimento Gnóstico até sua morte no ano 2000, quando então foi desativado o Movimento gnóstico, aqui no plano físico.

Na Universidade de Princeton, New Jersey, EUA, Einstein, Humberto Rohden e outros iniciados aos mistérios gnoseolísticos deixaram muitos conhecimentos gnosiológicos transcendentais, que muitas vezes, filtrados pelas escolas e universidades antropocêntricas, ficaram escondidos da humanidade, por motivos óbvios.
Entretanto, estes conhecimentos se propagaram por meio de seus discípulos e hoje ainda podem ser vistos no livro A Gnose de Princeton, de Ruyer Raymond, que foi publicado pela Editora Pensamento. Também nos EUA, existiu um grupo social, Comunidade de Oneida, que ousou colocar os ensinamentos gnósticos acerca do azf em práticas científicas, tendo alcançado resultados científicos extraordinários.

A palavra gnosis é mais usada nos meios espirituais para designar sabedoria. Sabedoria como aquela que descreve São Paulo: "Deus predestinou antes dos séculos para a glória daqueles que a recebem..." 

Para se atingir a gnosis ou a sabedoria é exigido um longo processo de trabalhos conscientes e padecimentos voluntários, no interior de cada pessoa, por meio dos Três Fatores de Revolução da Consciência: 1º Morrer para os defeitos; 2º Nascer para as virtudes e 3º Sacrificar-se pela humanidade.

Hoje, todos os verdadeiros estudantes gnósticos podem chegar à gnose, graças ao trabalho dos Veneráveis Mestres Samael Aun Weor e Rabolú, que nos entregaram uma codificação do antigo conhecimento gnóstico, acessível ao entendimento e à prática dos homens e das mulheres dos nossos dias.

Nunca, em toda a história da humanidade, embora as pessoas não notem, a gnose esteve tão presente em nossas vidas como agora. Os princípios gnósticos estão influenciando holisticamente todas as áreas do conhecimento humano: educação, filosofias, psicanálise, as religiões, a medicina, os filmes, a músicas, os meios de comunicação e a política como nunca estiveram antes. Os princípios gnósticos, hoje fazem parte do pensamento, do sentimento e da ação humana; eles estão inseridos em nós de tal forma, que nem se quer suspeitamos.

A gnose possui duas vertentes: a gnose exotérica e gnose esotérica. A gnose exotérica é o conhecimento definido como tal e direcionado ao público externo, às massas humanas; e a gnose esotérica, que é destinado ao público interno, aos iniciáticos.
Devemos atentar para o fato de que a gnose, em seu aspecto exotérico, está hoje por todos os lados, sob muitas formas, permeando os mais diversos tipos de ordens religiosas.

Em síntese, o termo gnose é a forma latinizada da palavra grega gnosis, que significa o conhecimento divino, superior, obtido pela experiência espiritual ou intuitiva, através do hemisfério cerebral direito, conectado ao coração.

Episteme também é o conhecimento no sentido comum da palavra, de tomar ciência dos fatos ou fenômenos, aprender intelectualmente, pelos meios cognitivos comuns da vida cotidiana, através do hemisfério cerebral esquerdo. O conhecimento intelectual é resulta na mente recheada de conceitos, de informação acumuladas, que se constituem na epistemologia ou conhecimento de perfil material.

Gnose é o resultado da experiência associada ao coração, que se conecta com o lado direito do cérebro. Episteme traduz nos conceitos, nos sistemas de idéias constituintes do intelecto, da razão, que se conectam ao lado esquerdo do nosso cérebro.

A Gnose tem uma teologia e rituais, ela é uma religião? Apesar de a palavra gnose estar freqüentemente associada a uma religião, ela não se constitui em nenhuma religião em si mesma.  Porém a gnose, em seu devido grau, é o conhecimento teológico embutido na doutrina de cada religião e organização espiritual.

A gnose não é a religião em si, mas toda religião é gnóstica, todo religião tem gnose, num maior ou menor grau. Senão seria agnóica, ao invés do conhecimento, possuía era o desconhecimento das coisas de Deus.

Pode-se dizer holosoticamente que cada religião possui uma parte do conhecimento gnóstico. “Todas as religiões são pérolas engastadas no colar da divindade” (Samael Aun Weor).

No sistema religioso, cada religião é responsável por determinado grau de ensino gnóstico; cada religião é detentora de uma parte da gnose, de uma parte da verdade. Mas sendo parte, não pode ser a verdade em si mesma, pois a verdade é o tudo do todo. Cada religião é pérola (parte) e o colar é o todo, é Deus.

A gnose representa o todo do conhecimento espiritual e cada religião detém uma parte deste todo. Assim não há religião agnóica. Isto é o princípio do ecumenismo através de um Deus que se revela diretamente ao homem, em seu coração.

Assim todas as religiões se constituem numa expressão parcial da verdade; onde as diferenças dogmáticas se devem à visão parcial dos fatos, configurada pelo paradigma mecanicista, onde o homem fragmentou a verdade ao tentar descrever a experiência divina.

Assim como cada escola do sistema escolar convencional é portadora de um grau do conhecimento epistêmico, sistematizado em ensino fundamental, segundo grau, faculdade, etc., cada religião possui um nível do ensinamento gnóstico. A gnose está dissolvida por todos os textos sagrados das religiões. A gnose permeia os Quatro Evangelhos e a Bíblia toda.

A gnose é o conhecimento que está entre os Quaker e entre os Antigos Católicos, até o Concílio de Nicéia. Ela também se configura na Kabala Hebraica, no Zen Budismo, no Taoísmo, no Sufismo e na filosofia Grega, no bagavadguitá, no Chilan Balam dos maias, nas escrituras mórmons, etc. Portanto, o Gnosticismo é holístico, é holosótico, e transcende às fronteiras religiosas. Todas as religiões estão contidas no bojo do conhecimento gnóstico, que por sua vez contém o conhecimento que está inserido em todas as religiões.

O potencial para a iluminação gnóstica está presente em muitos seres humanos e o processo de auto-realização é estritamente individual, ocorrendo no interior de cada um de nós. Este potencial de auto-realização pode e deve ser estimulado através dos Três Fatores de Revolução da Consciência.

A estimulação ao desenvolvimento da consciência é reforçada pelos rituais, práticas e sacramentos. Os rituais e sacramentos são meios de configuração de um estado místico elevado àqueles que ainda não o possuem. Eles permitem a absorção de forças cósmicas que servem com um alimento adicional a nossa alma e um impulso extra para despertar nossa consciência de seu sono habitual. Os rituais, dependendo de quais sejam, podem ser realizados pelos sacerdotes, instrutores ou mesmo praticantes gnósticos devidamente preparados.

Através do gnóstico Jung os mitos Gnósticos têm influenciado as teorias psicológicas. A mitologia encontrada nas escrituras e na literatura universal é gnóstica e possui relevância e aplicação psicológica. Mesmo aqueles que não conhecem a holística percebem uma influência gnóstica, mas não tem um nome para ela. Os que conhecem, percebem a mudança de paradigmas que está ocorrendo na nossa sociedade, onde a massa de seres exotéricos é influenciada pelo o esotérico e movida por princípios gnósticos.

O conhecimento que possuímos das coisas do mundo físico, exteriores a nós é denominado de conhecimento exotérico. O conhecimento que possuímos do nosso corpo físico pode ser chamado de conhecimento mesotérico e o conhecimento que temos do nosso mundo interior, do nosso corpo psicológico, de nossa alma, pode ser chamado de conhecimento esotérico.

Gnose significa conhecimento, tanto do ser humano como do cosmo. O conhecimento é a mais alta e imensurável riqueza que se pode possuir, porque permite descobrir o maravilhoso tesouro que o homem tem dentro de si mesmo.

Não há tempo mais bem empregado do que o que se dedica ao autodescobrimento, ao autoconhecimento, posto que seja o único caminho para lograr a harmonia interior, e esta é inapreciável. O estudante Gnóstico busca a iluminação por meio do Conhecimento Superior, que pode ser encontrado na Arte, na Filosofia, na Ciência e na Religião ou Místico.

Existe o conhecimento (gnose) do bem e do mal, isto significa que há uma gnose do mal e para o mal praticada pela Loja Negra e uma do bem e para a bem praticada pela Loja Branca. Deus é maior de todos os gnósticos, pois é o criador e detentor do conhecimento de todas as coisas.

Quando uma pessoa não consegue distinguir o conhecimento do bem do conhecimento do mal é porque ela está ainda no círculo cultural da gnose, com a consciência ainda adormecida. Quando ela desperta a consciência, ela passa ao círculo iniciático da gnose. Então ela consegue discernir o bem do mal e vice-versa, ela se torna como um dos Deuses. “Eis que agora o ser humano tornou-se como um de nós, conhecendo o bem e o mal”. (Gênesis 03:22).