CAPÍTULO 11 - LEIS DE EVOLUÇÃO, INVOLUÇÃO E DE REVOLUÇÃO


Evolução e Involução são duas das 48 leis mecânicas da natureza, a que estão submetidos todos os seres deste mundo físico. Podemos notar a ação destas leis nos seres vivos, inclusive nos seres humanos.

Se observarmos, desde que nasce a criança, seu crescimento, desenvolvimento, velhice e morte, veremos que ocorre, durante um ciclo vital de acedência e descendência. A mesma coisa ocorre com todos os seres vivos. Após um ciclo evolutivo sempre sucede um ciclo involutivo.

Esta mecânica pode ser transcendida com a Lei de Revolução da Consciência. Evolução e involução se conectam ao eixo da mecânica do automatismo. Evolução é complicação de energia e involução é a descomplicação desta. Elas se encontram dentro do conceitualismo da relatividade, por isso estão destituídas da verdade se tratadas isoladamente.

A verdade está na Revolução da consciência, que é a lei que devemos utilizar para sair da mecânica repetitiva contida nas leis de evolução e involução.
Ao sair do Absoluto, após o Pralaya que sucedeu o Mahamvantar de Pádma ou de Lótus, no amanhecer do nosso atual Mahamvantara ou Grande Dia Cósmico atualforam consignadas 324000 ciclos de evolução/involução como ser humano a cada um de nós.

Esta quantidade enorme de ciclos, evolutivos e involutivos, não aperfeiçoam ninguém, pois são mecânicos. Se nos aperfeiçoasse não haveria necessidade de evolucionar e involucionar incessantemente, por esta enorme quantidade de vezes na Roda. Também a humanidade não estaria neste estado caótico em que se encontra. Pois a nossa mônada advinda do Absoluto, se desmembra em subpartículas e lança a nossa essência no universo relativo, neste vale de Lagrimas, onde ficamos presos, aderidos à roda do Samsara, ao longo de suas 3.000 voltas.

Entramos na roda pela sua parte inferior, precisamente sendo um Elemental do reino mineral.
Ao ganharmos experiência ali, adquirimos o direito de movimentarmos na roda até o reino vegetal, passamos pelo reino animal e vamos até o reino humano, onde nascemos e morremos por 108, até completar a parte evolutiva da roda, para em seguida evolucionarmos pelo outro lado da Roda.

O Absoluto se constitui no local de onde advêm as mônadas para animar a criação, mundos, seres da natureza, que abrangem os quatro reinos: mineral, vegetal, animal e humano. Há leis que regulam os processos evolutivos e involutivos da criação nos planetas.

Toda a criação, mundos, galáxias, etc., provém do Universo Absoluto. O Absoluto como ponto de origem e retorno de toda a criação, algo que está além do bem e do mal e onde reina a legítima felicidade e harmonia divinas.

A mônada ejeta subpartículas, ao sair do Absoluto, para experimentar as várias dimensões ou regiões da natureza. Estas dimensões são mundos paralelos que se penetram e compenetram sem se confundirem.

Cada dimensão é governada por determinado número de leis. Quanto mais leis regem uma dimensão mais complicada é a existência nessas regiões. As Mônadas saem do Absoluto para terem consciência das dimensões e de sua própria felicidade. A isto chamamos de Auto Realização Íntima do Ser.

Mônada é o nome dado pelo filósofo alemão Leibniz, ao elemento primordial da vida, é o mesmo que Ser, Deus, Real Ser ou Pai. Cada um de nós tem seu próprio Real Ser ou Pai, que é o nosso Deus ou Mestre individual e é o que realmente somos.

O Real Ser envia através das dimensões a sua essência ou matéria prima da alma para que ela faça o trabalho que lhe corresponde, o trabalho da Auto Realização Íntima do Ser.

Nós aqui, no mundo físico, somos a essência, somos uma das partes divinas de nosso Ser e nos expressamos através do veículo físico.

Nosso Real Ser nos impulsiona para que cheguemos a obter o conhecimento necessário para a Auto Realização, para fazer o nosso trabalho, para buscar algo superior.
Por isso que há algo que não vemos e nem entendemos direito, mas simplesmente temos uma vontade quase irresistível de buscar algo superior. É o Real Ser de cada um que impulsiona sua essência a trabalhar. O problema é que nos esquecemos disso porque estamos com a consciência muito adormecida, estamos fascinados pelas coisas passageiras e ilusórias deste mundo, e não fazemos a vontade de nosso Pai.

O resultado é que criamos e alimentamos o terrível ego, e este por sua vez nos afasta do Pai cada vez mais. O resultado é dor, ignorância, miséria e sofrimento. Ao contrário quando fazemos a vontade do Pai tudo caminha harmoniosamente.
Este é o grande dilema filosófico do “Ser (o Pai) ou não ser (o ego)”.

Esta escolha a fazemos a cada momento perante cada situação.
Farei isto agora. Mas farei a vontade do Pai ou satisfazendo ao ego?”

Devemos sempre questionar a nós mesmos em cada situação. Sempre devemos nos esforçar para fazer a vontade do Pai. No entanto isso só é possível eliminando o ego através da morte mística. O ego é um obstáculo entre nós e o nosso Real Ser.

Toda essência que chega ao mundo físico começa sua evolução pelo reino mineral. Todo mineral, rocha, cristal,etc., é o corpo físico de um Elemental.

Essência e Elemental são palavras sinônimas
, mas utilizamos o termo essência para a alma que está no reino humano e Elemental para a alma que está nos outros reinos (mineral vegetal e animal).

Esse Elemental é instruído por seres superiores cuja função é encaminhar esses elementais sabiamente através dos reinos, no seu processo de evolução. Esses seres são chamados de Devas da natureza. Na quarta dimensão existem templos e santuários, onde os elementais são instruídos pelos Devas. Lá aprendem as linguagens desses reinos e toda a sabedoria Elemental referente ao reino que se encontram.

Quando os devas consideram que o Elemental do reino mineral está suficientemente preparado o passam então ao reino dos vegetais. Nesse novo reino novamente o Elemental obterá todo o conhecimento referente a este reino até que esteja preparado para entrar no reino animal, e assim por diante até chegar ao reino humano.

Os elementais são criaturas inocentes que detém uma grande sabedoria. Existem vários tipos de elementais nos reinos. Também há os elementais dos quatro elementos da natureza: Ondina e nereidas (água), sulfos e sílfidis (ar), salamandras (fogo) e gnomos e pigmeus (terra).

Chegado ao reino humano os elementais, que passaremos a chamar de essência, novamente necessitam de instrutores para seguir evoluindo no caminho da Auto Realização.

Os instrutores são agora chamados de Mestre e Avataras, autênticos Mestres de sabedoria que já fizeram ou estão bastante avançados no trabalho da Auto Realização, por isso são os únicos que nos podem instruir. Através dos tempos podemos citar Jesus, Krishina, Buda, Quetzalcoatl, Hermes Trismegisto, Pitágoras, entre outros.

Estes grandes avataras vieram ao mundo físico para ensinar a doutrina da Auto Realização. Muitos aceitaram e muitos nada quiseram fazer por si mesmos. Quando um mestre termina o seu tempo, ele parte. Daí a sua doutrina original vai sendo pouco a pouco adulterada pelos homens e o conhecimento se perde. Por isso em cada época foi e é necessário a vinda de um Avatara para instruir a humanidade.

A cada pessoa são concedidas 108 existências para que faça seu trabalho. Isto está simbolizado nas 108 contas do colar do Buda e nas 108 voltas que dão, em torno da Vaca Sagrada, na Índia.

Se nessas 108 existências não nos auto-realizáramos, entramos no processo de involução contínua. Então passamos a fazer o caminho ao inverso. Entramos pelo reino animal e vamos involuindo até o reino mineral.

A involução é um processo necessário para que o ego, que criamos e alimentamos seja dissolvido nas infradimensões da natureza. É um processo extremamente lento e doloroso. Quanto mais forte está o ego da pessoa mais tempo levará para ser desintegrado.

E é este ego que no Espiritismo o chamam de Entidade. Já que ele não mais uma existência, mas está vivo em desejos, ele precisa de um corpo vivo para realizar estes desejos, para a obtenção de prazeres. Neste contexto é que estas Entidades baixam no corpo de um Médium

Para as pessoas em geral os mestres dizem que leva de 800 a 1000 anos este processo de involução, nas infradimensões. As infradimensões da natureza são regiões que são governadas por um número bem maior de leis, chegando a 864 leis; por isso a vida nessas regiões é extremamente dolorosa e difícil.

Essas infradimensões estão relatadas de forma simbólica no livro “A Divina Comédia” de Dante Alighieri. É o que conhecemos por inferno. Ao terminar a involução no reino mineral o ego é desintegrado. Esta é a segunda morte citada na Bíblia.

Os Devas examinam o Elemental, para que possam colocá-lo novamente no processo evolutivo que se iniciará como já vimos, pelo reino mineral e chegará ao humano.

Com isso a Roda do Samsara completou uma volta. Samsara significa “vale de lágrimas”. Mais 108 existências terá a essência para que faça seu trabalho de Auto Realização. Porém a roda do Samsara gira 3.000 vezes para cada essência. Após o último giro todas as portas estarão fechadas para essa essência.
O Pai então recolherá sua essência que retornará inconsciente para o Absoluto. Concluímos então que temos 108 X 3000 = 324.000 existências para fazer nosso trabalho.

O problema é que somos muito antigos, passamos muitas vezes pelos processos involutivos e evolutivos, e não sabemos quantas existências nos restam ainda.

Afortunadamente podemos desintegrar o ego aqui e agora e escapar do processo involutivo. Este é o trabalho com Primeiro Fator, a base para a Auto Realização Íntima do Ser. A escolha é de cada um de nós: desintegramos o ego voluntariamente e seguimos em direção ao Pai e a sabedoria, ou então entramos no processo involutivo até a segunda morte.

O que devemos saber é que a evolução não se dá num contínuo, até o infinito, numa linearidade, se assim fosse a Terra seria plana e o universo não seria curvo. Por outro lado, não teria a lei da involução.

Na realidade, pode-se definir evolução sem medo de errar, no viés samaeliano, como sendo o processo de complicação de energia. A energia pura do cosmo, ao se evoluir, se complica e para se descomplicar, involui e morre; volta ao ponto de partida, num eterno ciclo em que o ponto de chegada, no fim do processo, coincide com o ponto de partida do início.


O Espiritismo mediúnico e os demais segmentos espirituais de perfil cultural desconhecem a interação entre as leis de evolução e involução. Por isto pensam que há uma evolução espiritual contínua, o que não é verdade, pois Espírito é Deus é. Só evolui aquilo que existe, que nasce e morre.

 

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