CAPÍTULO 03 – A ENTIDADE NÃO É A ALMA DO FALECIDO
O que baixa no Mediunismo não é a Alma Solar de um falecido, porque ele não a criou ainda; o que baixa então é a alma penada dele, que é uma Entidade do universo sobrenatural, como se diz na mitologia portuguesa.
Estas entidades, como rezam as crenças populares, são aqueles espíritos de pessoas falecidas, que deixaram compromissos por cumprir na vida terrena pregressa. Então elas ficam aguardando uma oportunidade qualquer para virem aqui, para tentarem fazer o que não se fez enquanto estavam vivas.
Estas almas, na realidade, a consciência lunar ou entidades (egos) baixam nos Médiuns sob enigmáticas transfigurações, na forma de luzes, vozes, suspiros, animais, vultos imprecisos, caveira, etc. Elas vêm apelando ao socorro, à oração ou tentando curar pessoas, por ter se negligenciado no seu trabalho de médico, em pregressas existências.
Por isto João de Deus, que curava os outros com a Entidade do Dr. Fritz, quando ficou doente, foi logo parar no Hospital Sírio Libanês, para se tratar, antes que a alma penada fritziana baixasse nele. Não quis se tratar com o fantasma fritzianos, porque conhecia bem a fera!
A palavra consciência é sinônima de alma. Há dois tipos principais de consciência: lunar e solar. A Consciência Solar, em cada um de nós, é o resultado do trabalho sobre si mesmo com os TFRC.
A Consciência Solar é luz, é o resultado do processo de lucificação da energia do Buddhata (essência protoplasmática). A Consciência Solar é a luz espiritual, é Espírito Puro em cada ser humano, na proporção direta do trabalho psicológico sobre si mesmo, que cada um de nós possui.
Etimologicamente consciência é igual conhecimento apreendido, compreendido e vivenciado. É o conhecimento com compreensão. Consciência = com + ciência (conhecimento). Ciência vem do latim de scientia, que significa gnosis em grego. Scientia = ciência = conhecimento. Então consciência significa compreensão do conhecimento.
Consciente é aquela pessoa que é portadora de um conhecimento adquirido, entendido, vivenciado e compreendido. Esta pessoa é um gnóstico (a), isto é, aquele que conhece! Ao construir o nosso conhecimento, com compreensão, estamos construindo a nossa consciência, que é a nossa alma.
Ao contrário de conhecimento é o desconhecimento, é a ignorância, que em grego chama-se agnóia. Diz-se que o conhecimento é luz, porque a luz nos permite ver com os nossos olhos e o conhecimento é o registro desta visão.
O ego é sombra da luz, donde só podemos ver as coisas de modo superficial, sem lucidez. Consciência pode-se definir, em grosso modo, como sendo o nosso dispositivo interno que nos permite perceber, contemplar, captar, assimilar, compreender e armazenar em nossa estrutura cognitiva todos os fatos, fenômenos e acontecimentos que ocorre tanto fora como dentro de cada um nós.
Um Teurgo possui dos tipos de consciências: humana e divina. A humana é chamada de Manas ou Boddhisatwa. A divina é chamada de Buddhi. Budhi e Manas são duas subpartículas da Mônada.
Na vinda da nossa Mônada, do Universo Absoluto para o Universo Relativo, ela se fracionou em diversas subpartículas e inteligentemente deixou uma destas subpartículas, uma parte de si mesma, nas estrelas e a outra parte ela cravou aqui na Terra.
A nossa Mônada veio para aprender, para adquirir autoconsciência, luz. O Universo Relativo é a escola da mônada, para adquirir conhecimento objetivo e consciente de todas as coisas que o Pai Celestial criou.
Nesta sua Odisseia didática, a parte que ficou nas estrelas o fez exatamente para ir aprendendo as coisas de lá, para formar a Consciência Divina (Buddhi) e a parte que veio aqui para a Terra, foi para ir aprendendo didaticamente as coisas daqui, para construir a consciência humana (Manas).
À medida que a alma humana vai realizando didaticamente a sua aprendizagem aqui na Terra, ela vai configurando o seu Boddhisatwa. Paralelamente a isto, alma divina vai aprendendo as coisas lá de cima, das estrelas, vai construindo a Consciência Solar e vai configurando Buddhi.
Quando a alma humana (Manas) e a alma divina (Buddhi) estão preparadas elas se ajuntam e se fundem, é que se denomina Casamento Perfeito, que nada mais é encontro das almas gêmeas. “Encontrando o Noivo”. Em breve haverá bodas. Jesus nos convida. Estamos prontos para a sua festa? “Portanto, não durmamos como os demais, mas estejamos atentos e sejamos sóbrios.” (1Tessalonicenses 5.6).
Uma vez realizada as bodas se configurou mais um Mestre de Mistérios Maiores da Fraternidade Branca. Este Mestre é supremo, tem dentro de si a sabedoria das coisas dos Céus, das estrelas (Consciência Solar), que foi adquirida pela alma divina e sabedoria da Terra, adquirida pela alma humana. Esta sabedoria das estrelas é a Consciência Solar, pois a nossa estrela aqui nesta região do cosmo é a estrela ORS (o nosso Sol).
O Teurgo é um Mestre Venusta da Loja Branca que construiu a sua Consciência Solar, pode trabalhar para a humanidade com os Espíritos Puros. O Médium não é um Mestre Venusta, possui uma consciência lunar e não solar, então trabalha com as Entidades (egos) de pessoas que já morreram, sem haver construído a sua alma, a sua Consciência Solar.
Portanto o que baixa nos Médiuns, num terreiro, ou em qualquer meandro de espiritualidade retrógrada, não é a alma do morto e sim o seu ego, a sua consciência lunar ou subconsciência.
Comparativamente podemos dizer que com a luz solar enxergamos tudo e com luz lunar vemos apenas um pouco do todo.
Para aprofundar mais no assunto, vamos ler o texto do V.M. Samael:
“A consciência lunar dorme profundamente”. Ela é o produto da infiel memória. O ser humano tem consciência apenas daquilo que recorda e ninguém podem ter consciência de coisas que não recorda.
O Adão do pecado é memória, é consciência lunar e é o próprio eu reencarnante. Os clarividentes afirmam que está constituído pelos átomos do inimigo secreto, sendo um remanescente tenebroso de nosso passado lunar (a larva do umbral).
Os discípulos gnósticos devem compreender que este tipo de consciência lunar significa algo diferente “de ser consciente e de alguém que seja consciente disso”. A consciência lunar está submetida a toda classe de limitações, qualificações, reações, restrições… Trata-se de um produto da matéria, o resultado da hereditariedade, da raça, da família, dos hábitos, costumes, preconceitos, desejos, medos, apetites, etc.
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O Adão do pecado, com sua consciência lunar, reencarna-se imaginando ganhar experiência na escola da vida. As experiências complicam e robustecem o Adão do pecado.
A humanidade inocente do Éden agora se transformou na humanidade terrível e perversa da bomba atômica e da bomba de hidrogênio.
O menino inocente, com as experiências se converte no ancião astuto, desconfiado, malicioso, avarento e medroso. Isto é a consciência lunar. O diabo é diabo e não se aperfeiçoa jamais. A grande Mestra H. P. Blavatsky disse: “Fortalece a tua alma contra as armadilhas do Eu e fá-la-á merecedora do nome ‘Alma Diamante’”.
Existem mudanças na consciência e mudanças de consciência. Todo desenvolvimento da consciência provoca mudanças nela. As mudanças na consciência são superficiais e inúteis. Necessitamos uma mudança de consciência. Quando dissolvemos a consciência lunar, nasce em nós a Consciência Solar.
O Adão do pecado precisa morrer para que nasça em nós o Adão Cristo. Quando libertamos a matéria eletrônica (solar) encerrada nos átomos seminais, empunhamos a espada famígera.
Perseu desce à Forja Acesa de Vulcano para decapitar o Adão do pecado (a Medusa) com sua espada flamejante. João Batista é decapitado e Cristo crucificado para salvar o mundo.
O degolamento dos meninos inocentes (os Iniciados) é repetição da Iniciação. Então nasce em nós a Consciência Solar, a qual contém em si mesma, o conhecedor, o conhecimento e a coisa conhecida. Três em um e um em três. A Consciência Solar é onipresente e onipenetrante. “Ela liberta o ser humano da roda fatal dos séculos”
V.M. Samael Aun Weor