Nesta lição o VM. Samael Aun Weor nos ensina que a nossa mente, na atualidade, está em involução contínua, está enfrascada em normas rígidas, dentro das quais aciona e reaciona incessantemente. Não suspeitamos do engarrafamento intelectivo que nos encontramos. Devido a tudo isto encontramos dificuldades para aceitar algo novo, que não esteja enquadrado dentro dos padrões estabelecidos pelas normas de aço. O nosso espaço psicológico recheado de conceitos rígidos, o que chamamos de intelectualismo, nos dá uma pseudo-sabedoria, nos engana, nos tornando intransigentes, obstacularizando-nos a aceitação do novo e qualquer progresso na trajetória da Seidade. O intelecto clama por demonstração dos fenômenos místicos, sem se dar conta de que o real não é demonstrável, mas tão somente auto-experimentável, auto-comprovável. A mente é substrato do ego, isto é, se constitui num depósito de mentira, onde se estabelece conexão com o ilusório, com maya e não nos permite o experimento do real. Por isto a vida e a morte se constituem em mistérios indecifráveis para mente sensual. Para compreender a vida e morte temos primeiro que desenvolver a Mente Superior e a Consciência Superlativa do Ser, que são construídas e desenvolvidas a partir da dissolução radical do ego. A mente por mais brilhante que seja, por mais recheada de conceitos intelectuais que esteja, possui limites bem definidos de ação, além dos quais não pode ultrapassar, para adentrar ao universo da realidade. A experimentação e compreensão do real, do transcendental, da verdade, se torna impossível para cada um de nós, enquanto permanecermos com nossas mentes recheadas de conceitos estabelecidos e engarrafados dentro das normas apodrecidas e rançosas do intelecto. Para ampliar o nosso entendimento vamos ler o texto abaixo sobre o assunto, extraído na íntegra das obras do VM. Samael Aun Weor : “No terreno da vida prática, cada pessoa tem seu critério, sua forma mais ou menos rançosa de pensar e nunca se abre ao novo”. Istoé irrefutável, irrebatível, incontrovertível. A mente do humanoide intelectual está degenerada, deteriorada, em franco estado de involução. Realmente o entendimento da humanidade atual é similar a uma velha estrutura inerte e absurda; incapaz, por si mesma, de qualquer fenômeno da elasticidade autêntica. Falta ductibilidade na mente; encontra-se enfrascada em múltiplas normas rígidas e extemporâneas. Cada qual tem seu critério e determinadas normas rígidas dentro dos quais aciona e reaciona incessantemente. O mais grave de toda esta questão é que os milhões de critérios equivalem a milhões de regras putrefatas e absurdas. Em todo caso, as pessoas nunca se sentem equivocadas; cada cabeça é um mundo e, não há dúvida que entre tantos recôncavos mentais, existem muitos sofismas de distração e estupidez insuportáveis. Mas o critério estreito das multidões nem remotamente suspeita o engarrafamento intelectivo em que se encontra. Estas pessoas modernas, com cérebro de barata, pensam de si mesmas o melhor; presumem-se de liberais, de supergênios; creem que têm critérios muito amplos. Os ignorantes ilustrados resultar ser os mais difíceis; pois, em realidade, falando desta vez em estilo socrático, diremos: “No somente não sabem, senão que, ademais, ignoram que não sabem.” Os velhacos do intelecto, aferrados a essas normas antiquadas do passado, processam-se violentamente em virtude de seu próprio engarrafamento e se negam, de forma enfática, a aceitar algo que, de modo algum, possa encaixar dentro de suas normas de aço. Pensam os sabichões ilustrados que tudo aquilo que, por uma ou outra causa, saia do caminho rígido de seus procedimentos oxidados é absurdo em cem por cento. Assim, deste modo, estas pobres pessoas de critério tão difícil se auto-enganam miseravelmente. Presumem-se de geniais os pseudo-sapientes desta época, veem, com desdém, àqueles que têm o valor de afastar-se de suas normas carcomidas pelo tempo. O pior de tudo isto é que nem sequer suspeitam da crua realidade de sua própria torpeza. A mesquinhez intelectual das mentes rançosas é tal que até se dá ao luxo de exigir demonstrações sobre isso que é o real, sobre isso que não é da mente. Não querem entender as pessoas do entendimento raquítico e intolerante que a experiência do real só advém na ausência do ego. Inquestionavelmente, de modo algum, seria possível reconhece, diretamente, os mistérios da vida e da morte, enquanto não se tenha aberto, dentro de nós mesmos, a mente interior. No é demais repetir, neste capítulo, que só a Consciência Superlativa do Ser pode conhecer a verdade. A mente interior só pode funcionar com os dados que lhe aporta a Consciência Cósmica do Ser. O intelecto subjetivo, com sua dialética raciocinativa, nada pode saber sobre isso que escapa da sua jurisdição. Já sabemos que os conceitos de conteúdo da dialética raciocinativa são elaborados com os dados fornecidos pelos sentidos de percepção externa. Aqueles que se encontram engarrafados dentro de seus procedimentos intelectuais e normas fixas, apresentam sempre resistência a estas ideias revolucionárias. Só dissolvendo o ego, de forma radical e definitiva, é possível despertar a Consciência e abrir realmente a mente interior. No entanto, como estas declarações revolucionárias não cabem dentro da lógica radical formal, nem, tampouco, dentro da lógica dialética, a reação subjetiva das mentes involucionantes opõe resistência violenta. Querem, essas pobres pessoas do intelecto, meter o oceano dentro de um vaso de cristal; supõem que a universidade pode controlar toda a sabedoria do universo e que todas as leis do cosmos estão obrigadas a se submeter às suas velhas normas acadêmicas. Nem remotamente suspeitam estes incultos modelos de sabedoria o estado degenerativo em que se encontram. Às vezes ressaltam tais pessoas, por um momento, quando vêm ao mundo esoterista; mas, logo se apagam, como fogos fátuos; desaparecem dos panoramas das inquietudes espirituais, traga-os o intelecto e desaparecem de cena para sempre. A superficialidade do intelecto nunca pode penetrar no fundo legítimo do SER; entretanto, os processos subjetivos do racionalismo podem levar os néscios a qualquer classe de conclusões muito brilhantes, porém absurdas. O poder formulativo de conceitos lógicos de modo algum implica na experiência autêntica do real. O jogo convincente da dialética raciocinativa autofascina o raciocinador, fazendo-o confundir sempre gato com lebre. A brilhante procissão de ideias ofusca o eu velhaco do intelecto e lhe dá certa autossuficiência tão absurda como para rechaçar a tudo isso que não cheira a pó de biblioteca e tinta de universidade. O “delirium tremens” dos bêbados alcoólicos tem sintomas inconfundíveis; porém, o dos ébrios das teorias se confunde facilmente com a genialidade. Ao chegar a esta parte de nosso capítulo, diremos que certamente resulta muito difícil saber onde termina o intelectualismo dos velhacos e onde começa a loucura. “Enquanto continuemos engarrafados dentro das normas apodrecidas e rançosas do intelecto, será algo mais que impossível a experiência disso que no é da mente, disso que não é do tempo, disso que é o REAL” QUESTÃO DE ESTUDO Após a leitura deste texto, acesse a página www.agsaw.com.br/tema47.htm, assista aos vídeos do tema 47 e faça uma síntese conceitual do assunto, descrevendo o tema Normas Intelectuais. |