PAZ, LIBERDADE, AMOR E FELICIDADE
(Profº Maurício - www.agsaw.com.br )

A paz social deve constituir-se em objetivo mundial, a ser construído coletivamente pelo conjunto das nações, através de todo os povos. A paz social não advém casualmente do nada, a esmo, gratuitamente. Ela só pode ser construída coletivamente, com a participação ativa de todos os segmentos da sociedade, através de ações concretas de cada um de nós, com muito sacrifício. Para isso, precisamos aprender a aprender como construí-la.

Dialeticamente sabemos que só se constrói a paz erradicando a violência e reconquistando os valores éticos, morais e espirituais, perdidos pelos seres humanos. A grossos modos, podemos dizer que a violência generalizada está crescendo em PG. Se hoje, cinco pessoas são vitimadas por ela, amanhã serão 25, depois de amanhã, 625, etc, até que se cumpram as previsões de que a terceira quarta parte da humanidade seja extinta, aproximadamente 4,5 bilhões de pessoas, que serão dizimadas pelas diversas formas de violência! Se nada fizermos para reversão das causas da violência, enquanto ainda há um pouquinho de tempo, as consequências serão catastróficas para o destino da humanidade.

Vivemos num universo de causa e efeito, onde todos nós somos coautores e vítimas da violência. Se não combatermos as causas desta, a ocorrência de seus efeitos se constituirá num dado certo. Nos nossos dias atuais se faz necessário repensar a trajetória da humanidade, no momento em que sua continuidade se vê ameaçada pelo crescimento da violência generalizada na ecologia, nos esportes, na família, nas escolas, nos shows, nas aglomerações, na sociedade, etc.

O corpo social da humanidade está em decomposição pela corrupção dos dirigentes públicos, pela erotização dos meios de comunicação, pela deturpação na Internet, pela guerrilhas nas cidades, no campo, pelos sequestros, pelas chacinas, pela banalização da vida, etc. Os valores morais, éticos e espirituais do ente humano foram invertidos e este se tornou desumano. Reconquistar os valores éticos, morais e espirituais dos entes sociais, constitui-se em objetivo geral de um Projeto Mundial Combate à Violência, que deverá ser levado adiante através da família, das escolas, das religiões, dos sindicatos e dos diferentes segmentos sociais, no mundo todo.

A todas as pessoas do mundo conturbado que estamos vivendo nestes tempos difíceis, apresento minha humilde proposta de construção da paz, como cidadão, que juntamente com vocês, está vivendo no beco-sem-saída que a violência vem nos colocando! Espero assim estar contribuindo para construção de uma Cultura de Paz para pacificação da humanidade, que está um tanto quanto meio louca a estas alturas dos acontecimentos, já bastante caótica, em estado de decomposição! Espero que você também elabore a sua proposta para paz e colabore com os Projetos Cultura da Paz e Não violência nos apresente críticas e propostas acerca do nosso projeto, crie grupos de discussão acerca da Paz e Não violência, para juntos construirmos a paz, para nós e para os que vêm depois de nós. A paz social só pode ser construída com a participação de cada um de nós no coletivo da massa social.

Em l986, sai da cidade de Itariri, SP, para dar aulas nas unidades do Curso Objetivo e em outras escolas, em São Paulo. Foi quando tomei conhecimento e consciência do universo da violência escolar, ao observar o comportamento agressivo da maioria dos alunos, a indisciplina o desassossego nas classes, a falta de limites interpessoais, as inquietudes de tendência duvidosa, a falta de respeito, a ausência de valores éticos, morais e espirituais. Aí constatei que o interior de uma sala de aula era um local de impasse, de embate, o palco da violência, onde as peças são apresentadas, uma após outra, na forma de desrespeito ao professor, desacatos, desobediência, ameaças, etc., por alunos indisciplinados, que desrespeitam ao professor, não respeitam seus colegas, não respeitam a si mesmo, fazendo do templo da aprendizagem o palco da violência generalizada. Foi ai que percebi que a violência escolar é uma extensão da violência familiar, ecológica, esportiva e social e, que cresce diariamente em progressão geométrica, de maneira assustadora a ponto de colocar em risco a continuidade da vida no Planeta. A vida na Terra caminha para sua etapa derradeira, se nada fizermos para reversão das causas da violência que a ameaça. E, para tentar reverter este quadro caótico é que resolvi dar minha singela contribuição para o processo de construção da paz, escrevendo livro sobre o assunto, tratando do assunto e escolas, na Internet, etc., o que representa a minha proposta para construção de uma Cultura de Paz.

Paz é um bem em que, pertence à humanidade e está em construção contínua e permanentemente, por todos nós, por todos os que tomam consciência das dimensões caótica da violência. Ela terá a configuração final que desenharmos, terá a pintura que fizermos. Vamos desenhá-la? O Movimento pela Cultura da Paz já é uma realidade concreta no mundo inteiro. Então, meus caros amigos professores, coordenadores e diretores e comunidade escolar em geral, ao fazer o lançamento oficial aqui, hoje de um trabalho que começou em 1986, presto conta à humanidade do que fiz a ela, até agora, e do que pretendo fazer daqui para frente, juntamente com todos os envolvidos e os que se envolverem no processo de construção de dias mais felizes para a sociedade, ao participarem do Projeto de Combate às Causas da Violência, para a transição da sociedade desumana da Cultura da Violência, para a sociedade humana da Cultura da Paz.

Agora vamos estudar refletir e praticar o texto abaixo, sobre a paz, escrito pelo Dr. Samael Aun Weor no seu extraordinário livro Tratado de Psicologia Revolucionária:

A paz não pode vir através da mente porque ela não é da mente”. A paz é um delicioso perfume do coração tranquilo. A paz não é coisa de projetos, de polícia internacional, de ONU, de OEA, de tratados internacionais ou exércitos invasores que lutam em nome da paz.
Se realmente queremos paz verdadeira devemos aprender a viver como a sentinela em tempo de guerra, sempre alerta e vigilante, com a mente pronta e dúctil porque a paz não é questão de fantasias românticas ou de sonhos bonitos.
Se não aprendemos a viver em estado de alerta de momento a momento, o caminho que conduz para a paz torna-se impossível.
Inicialmente estreito, depois de por se extremamente difícil vai desembocar por fim num beco sem saída. É preciso compreender, é urgente saber, que a paz autêntica do coração tranquilo não é uma casa onde podemos chegar e onde nos aguarda alegre uma bela donzela. A paz não é uma meta, um lugar, etc. Perseguir a paz buscá-la, fazer projetos sobre ela, lutar em nome dela, fazer propaganda sobre ela, fundar organismos para trabalhar sobre ela, etc., é totalmente absurdo porque a paz não é da mente, a paz é o maravilhoso perfume do coração tranquilo.
A paz não se compra nem se vende. A paz não se pode conseguir com sistemas de apaziguamentos, com controles especiais, polícia, etc.
Em alguns países, o exército nacional anda pelos campos destruindo povoados, assassinando gente e fuzilando supostos bandidos. Dizem que tudo isso é em nome da paz. O resultado de semelhante procedimento é a multiplicação da barbárie.
A violência gera mais violência, o ódio produz mais ódio. Não se pode conquistar a paz. A paz não pode ser o resultado da violência. A paz só vem a nós quando dissolvemos o eu, quando destruímos dentro de nós mesmos todos os fatores psicológicos que causam a guerra.
Se nós queremos paz, temos que contemplar que estudar, temos que ver o quadro total e não unicamente um lado dele.
A paz nasce em nós quando mudamos radicalmente de forma íntima.
A questão de controles, de organismos pró-paz, pacificações, etc., são detalhes isolados, pontos no oceano da vida, frações ilhadas no quadro total da existência, que jamais poderão resolver o problema da paz em sua forma radical, total e definitiva.
Devemos olhar o quadro em sua forma completa. O problema do mundo é o problema do indivíduo. Se o indivíduo não tem paz em seu interior, a sociedade, o mundo, viverá inevitavelmente em guerra.
Os professores e professoras de escolas, colégios e universidades devem trabalhar pela paz a menos que amem a barbárie e a violência.
É urgente, é indispensável, assinalar aos alunos e alunas da nova geração o roteiro a seguir, o caminho íntimo que pode conduzir com inteira exatidão a paz autêntica do coração tranquilo.
As pessoas não sabem compreender realmente que é a verdadeira paz interior e só querem que ninguém atravesse em seu caminho, que não sejam estorvadas, que não sejam molestadas, ainda que eles tomem por sua própria conta e risco o direito de estorvar, molestar e amargurar a vida de seus semelhantes.
As pessoas jamais experimentam a paz verdadeira e só tem sobre ela opiniões absurdas, ideias românticas e conceitos equivocados.
Para os ladrões, a paz seria poder roubar impunemente sem que a polícia se atravessasse em seu caminho. Para os contrabandistas, a paz seria poder meter seu contrabando em todas as partes sem que as autoridades os impedissem. Para os exploradores do povo, a paz seria poder vender bem caro, explorando à esquerda e à direita sem que os fiscais do governo os proibissem. Para as prostitutas, a paz seria poder gozar em seus leitos de prazer e explorar todos os homens livremente sem que os fiscais da saúde e da higiene interviessem para nada em suas vidas.
Cada um forma em sua mente cinquenta mil fantasias absurdas sobre a paz. Cada um quer erguer ao seu redor um muro egoísta de falsas ideias, crenças, opiniões e absurdos conceitos sobre o que é a paz.
Cada um quer paz ao seu modo, de acordo com seus caprichos, com seus gostos, seus hábitos, costumes equivocados, etc. cada um quer se auto-encerrar dentro de um muro protetor fantástico com o propósito de viver sua própria paz concebida equivocadamente.
A pessoas lutam pela paz, desejam-na, querem-na, porém não sabem que coisa é a paz.
As pessoas só querem não ser estorvadas, poder fazer cada um suas diabruras bem tranquilamente e a sua maneira. Isto é o que se chama paz.
Não importa que diabruras façam as pessoas, cada um julga que o que faz é bom. As pessoas encontram justificativas até para os piores delitos. Se o embriagado está triste, bebe porque está triste. Está-se alegre, bebe porque está alegre. O embriagado sempre justifica o vício do álcool. Assim são todas as pessoas: para todo delito sempre encontram uma justificativa. Ninguém se considera perverso, todos se presumem de justos e honrados.
Existem muitos vagabundos que supõem que paz é poder viver sem trabalhar, viver tranquilo e sem esforço algum num mundo cheio de fantasias românticas maravilhosas.
Sobre a paz existem milhões de opiniões e conceitos equivocados. Neste doloroso mundo em que vivemos cada um busca sua fantástica paz, a paz de suas opiniões. As pessoas querem viver no mundo a paz de seus sonhos, seu tipo especial de paz, ainda que dentro de si mesmas carreguem em seu interior os fatores psicológicos que produzem guerras, inimizades e problemas de todo tipo.
Por estes tempos de crise mundial, todo aquele que quer se tornar famoso funda organizações pró-paz, faz propaganda e se converte num paladino da paz. Não devemos esquecer que muitos políticos espertos ganharam o prêmio Nobel da Paz, ainda que tenham por sua conta todo um cemitério, que de uma ou de outra forma mandaram assassinar secretamente a muitas pessoas quando se viram em perigo de ser eclipsados.
Há também verdadeiros Mestres da humanidade que se sacrificaram ensinando em todos os lugares da terra a doutrina da dissolução do eu.
Esses Mestres sabem por experiência própria que só dissolvendo o Mefistófeles que levamos dentro, vem a nós a paz do coração.
Enquanto existir dentro de cada indivíduo o ódio, a cobiça, a inveja, os ciúmes, o espírito de aquisição, a ira, o orgulho, etc., haverá guerras inevitavelmente.
Conhecemos muita gente no mundo que presume ter encontrado a paz.
Quando estudamos a fundo essas pessoas, podemos evidenciar que nem remotamente conhecem a paz e que apenas se encerraram dentro de algum hábito solitário e consolador ou dentro de alguma crença especial. Porém, na realidade, tais pessoas não experimentaram nem remotamente o que é a verdadeira paz do coração tranquilo. Realmente, essa pobre gente só fabricou uma paz artificiosa que em sua ignorância confundem com a autêntica paz do coração.
É absurdo buscar a paz dentro dos muros equivocados de nossos preconceitos, crenças, desejos, pré-julgamentos, hábitos, etc.
Enquanto existir dentro da mente os fatores psicológicos que causam as inimizades, dissensões, problemas, guerras, etc., não haverá paz verdadeira.
A autêntica paz vem da legítima beleza sabiamente compreendida.
A beleza do coração tranquilo exala o perfume delicioso da verdadeira paz interior.
É urgente que se compreenda a beleza da amizade e o perfume da cortesia.
É urgente que se compreenda a beleza da linguagem. É preciso que nossas palavras levem em si mesmas a substância da sinceridade. Não devemos jamais usar palavras arrítmicas, desarmônicas, grosseiras e absurdas.
Cada palavra deve ser uma verdadeira sinfonia, cada frase deve estar cheia de beleza espiritual. É tão mau falar quando se deve calar quanto calar quando se deve falar. Há silêncios delituosos e há palavras infames.
Há vezes que falar é um delito e há vezes em que calar também é um delito. Devemos falar na hora de falar e calar na hora de calar.
Não brinquemos com a palavra porque ela é de grave responsabilidade.
Toda palavra deve ser pesada antes de ser articulada porque cada palavra pode produzir no mundo muito de útil e muito de inútil, muito benefício e muito dano.
Precisamos cuidar de nossos gestos, modos, vestuário e atos de todo tipo. Que nossos gestos, que nosso vestuário, nossa maneira de sentar à mesa, nossa maneira de nos comportar ao comer, nossa forma de atender às pessoas na sala de aula, no escritório, na rua, etc., estejam sempre cheios de beleza e harmonia.
É necessário compreender a beleza da bondade, sentir a beleza da boa música, amar a beleza da arte criativa e refinar a nossa maneira de pensar, sentir e obrar.
A suprema beleza só poderá nascer em nós quando o eu estiver morto de forma radical, total e definitiva.
Nós seremos feios, horríveis e asquerosos enquanto tivermos em nós e bem vivo o Eu Psicológico. A beleza de forma integral é impossível em nós enquanto o eu psicológico existir.
Se nós queremos a paz autêntica, devemos reduzir o eu a poeira cósmica. Só assim haverá em nós beleza interior. Dessa beleza nascerá em nós o encanto do amor e a verdadeira paz do coração tranquilo.
A paz criadora traz ordem para dentro de alguém, elimina a confusão e nos enche de legítima felicidade.
É necessário saber que a mente não pode compreender o que é a verdadeira paz. É urgente entender que a paz do coração tranquilo não chega a nós através do esforço ou pelo fato de se pertencer a alguma sociedade ou organização dedicada a fazer propaganda da paz.
A paz autêntica advém a nós de forma totalmente natural e simples, quando reconquistamos a inocência da mente e do coração, quando nos tornamos como crianças delicadas, belas sensíveis a tudo que é bonito e a tudo que é feio, a tudo que é bom como a tudo que é mau, a tudo que é doce e a tudo que é amargo.
É preciso reconquistar a criança perdida tanto na mente como no coração.
A paz é algo imenso, extenso, infinito. Ela não é alguma coisa criada pela mente, não pode ser o resultado de um capricho nem produto de uma ideia. A paz é uma substância atômica que está além do bem e do mal, uma substância que está além de toda moral, uma substância emanada das próprias entranhas do absoluto. ”( VM. Samael Aun Weor ).

TÉCNICA PARA CONSTRUIR A LIBERDADE
 (Maurício da Silva)
A liberdade se constitui em algo dinâmico a ser construído com os três fatores de construção da compreensão ou de revolução da consciência. A liberdade se constrói na relação com o mundo, com o próximo e consigo mesmo. Liberdade é autonomia para agir com sabedoria a serviço do bem, da paz. Nossa liberdade caminha lado a lado com a liberdade do outro. Nossa liberdade não termina quando a do outro começa e nem começa quando a do outro termina, a minha liberdade, a sua liberdade e a liberdade dos demais coexistem interdependentemente. Se qualquer uma delas for ameaçada, as demais também serão.

Em se tratando de liberdade há pessoas inescrupulosas que vivem segundo os ditames antropocêntricos, tentando tirar vantagens de tudo, dentro do principio de que a sua liberdade termina quando a do outro começa, esperando de fato que esta nunca termine e que a do outro nunca comece. Não podemos merecer a liberdade enquanto estivermos na ignorância do ego, enquanto escravizamos os nossos semelhantes, tirarmos liberdades dos seres vivos, aprisionarmos os sagrados passarinhos e os peixes em gaiolas, aquários e outros cativeiros.

Para compreendermos profundamente o sentido da liberdade, para construí-la dentro de cada um de nós, aqui e agora, vamos ler o texto do Dr. Samael Aun Weor, abaixo, transcrito, na íntegra, de sua extraordinária obra “A Grande Rebelião”, para que possamos refletir reverenciar, aprender e praticar o conceito de liberdade:

“O sentido da Liberdade é algo que ainda não foi entendido pela humanidade”. Sobre o conceito Liberdade, apresentado sempre de forma mais ou menos equivocado, cometeram-se gravíssimos erros. Certamente se luta por uma palavra; tiram-se deduções absurdas; cometem-se atropelos de toda espécie e se derrama sangue nos campos de batalha. A palavra Liberdade fascina a todo mundo, mas ninguém a compreende de verdade. Existe muita confusão com relação a esta palavra. Não é possível encontrar uma dezena de pessoas que defina a palavra Liberdade da mesma forma e do mesmo modo. É que o termo Liberdade não poderia de nenhuma maneira, ser compreensível para o racionalismo subjetivo. Cada pessoa tem ideias diferentes sobre esta palavra; opiniões subjetivas, desprovidas de toda realidade objetiva.

Ao se propor a questão Liberdade, existe incoerência, indefinição, incongruência em cada mente. Estou seguro de que nem sequer Emmanuel Kant, o autor da "Crítica da Razão Pura" e da "Crítica da Razão Prática", jamais analisou esta palavra para dar-lhe o sentido exato. Liberdade, linda palavra, belo termo! Quantos crimes se cometeram em seu nome! Indiscutivelmente, o termo Liberdade hipnotizou as multidões.

As montanhas e os vales, os rios e os mares tingiram-se com sangue ao conjuro desta mágica palavra. Quantas bandeiras, quanto sangue e quantos heróis sucederam-se no curso da história, cada vez que se colocou a questão da Liberdade sobre o tapete da vida. Infelizmente, depois de toda independência a tão alto preço alcançada, a escravidão continua dentro de cada pessoa. Quem é livre? Quem conseguiu a Famosa Liberdade? Quantos se emanciparam? Ai! Ai! Ai! O adolescente anseia por Liberdade. Parece incrível que, muitas vezes, tendo. Pão, agasalho e refúgio, queira fugir da casa paterna em busca da Liberdade.

É incongruente que o jovenzinho que tem tudo em casa queira evadir-se, fugir, afastar-se de sua morada, fascinado pela palavra Liberdade. É estranho que, gozando do conforto do lar, queira perder o que tem para viajar por estas terras do mundo e mergulhar na dor. Que o desventurado, o pária da vida, o mendigo, queira de verdade afastar-se do casebre, da choça, com o propósito de obter alguma mudança para melhor, é correto; porém, que o jovem de bem, o filhinho da mamãe busque escapatória, fugir, torna-se incongruente e até absurdo. Entretanto, assim acontece; a palavra Liberdade fascina, enfeitiça, ainda que ninguém saiba defini-la de forma precisa.

Que a donzela queira Liberdade, que anele mudar de casa, que deseje casar-se para escapar do lar paterno e viver uma vida melhor, é em parte lógico, porque ela tem direito de ser mãe. No entanto, já na vida de casada, se dá conta de que não é livre e que, com resignação, haverá de seguir carregando as cadeias da escravidão. O empregado, cansado de tantos regulamentos, quer ver-se livre e se consegue independentizar-se, encontra-se com o problema de que continua sendo escravo de seus próprios interesses e preocupações.

Certamente, cada vez que se luta pela Liberdade, encontramo-nos defraudados apesar das vitórias. Tanto sangue derramado inutilmente em nome da Liberdade e, no entanto, continuamos sendo escravos de nós mesmos e dos demais. As pessoas lutam por palavras que nunca entendem, ainda que os dicionários as expliquem gramaticalmente. A Liberdade é algo para se conseguir dentro de si mesmo. Ninguém pode alcançá-la fora de si mesmo. "Cavalgar pelo ar" é uma frase muito oriental que alegoriza o sentido da genuína Liberdade. Ninguém poderia realmente experimentar a Liberdade, enquanto sua Consciência continue engarrafada no mim mesmo, no si mesmo. Compreender esse eu mesmo, minha pessoa, o que eu sou, é urgente, quando se quer muito sinceramente conseguir a Liberdade. De modo algum poderíamos destruir os grilhões da escravidão sem antes haver compreendido toda esta questão minha tudo isto que corresponde ao eu, ao mim mesmo. Em que consiste a escravidão? O que é isto que nos mantém escravos? Quais são estas travas? Tudo isso é o que necessitamos descobrir. Ricos e pobres, crentes e descrentes, estão todos formalmente presos, ainda que se considerem livres. Enquanto a Consciência, a Essência, o mais digno e decente que temos em nosso interior, continue engarrafada no mim mesmo, no eu mesmo, em minhas apetências e temores, em meus desejos e paixões, em minhas preocupações e violências, em meus defeitos psicológicos, estaremos em formal prisão.

O sentido de Liberdade só pode ser compreendido integralmente, quando forem aniquilados os grilhões de nosso próprio cárcere psicológico. Enquanto o eu mesmo exista, a Consciência estará em prisão. Evadir-se do cárcere só é possível mediante a aniquilação budista, dissolvendo o eu, reduzindo-o a cinzas, a poeira cósmica. A Consciência livre, desprovida do eu, em ausência absoluta do mim mesmo sem desejos, sem paixões, sem apetências ou temores, experimenta de forma direta a verdadeira Liberdade.

Qualquer conceito sobre Liberdade, não é Liberdade. As opiniões que formemos sobre a Liberdade estão muito longe de ser a realidade. As ideias que forjemos sobre o tema Liberdade, nada têm a ver com a autêntica Liberdade. A Liberdade é algo que temos que experimentar de forma direta e isto só é possível morrendo psicologicamente, dissolvendo o eu, acabando para sempre com o mim mesmo. De nada serviria continuar sonhando com a Liberdade se de toda maneira prosseguimos como escravos. Mais vale ver-nos a nós mesmos, tal qual é observar cuidadosamente todos esses grilhões da escravidão que nos mantém em formal prisão. “Auto-conhecendo-nos, vendo o que somos interiormente, descobriremos a porta da autêntica LIBERDADE.”

Para construirmos a liberdade devemos observar atentamente, de instante a instante, e extirpar os elementos psicológicos que atuam no palco de nossas mentes para escravizar-nos, retirando a nossa liberdade e a nossa alegria. “Devemos construir em nossos corações os valores, virtudes e princípios da liberdade e lutar para construção da liberdade dos nossos semelhantes e dos animais em geral” (VM. Samael Aun Weor ).
TÉCNICA PARA CONSTRUÇÃO DO AMOR
 (Maurício da Silva )
O amor é uma força universal integrativa que possui a capacidade de promover a união de todas as coisas nas mais diferentes dimensões cósmicas. Quando se manifesta o amor em cada um de nós, entramos no estado de bondade. O amor existe em nós na proporção direta do percentual direto de nossa essência livre, isto é, é função direta dos 3% de consciência que possuímos. Não devemos esperar que alguém, nos ame. Devemos nos tornar no amor, ser o amor do ente querido. Sendo assim, cabe a cada um de nós expandirmos o nosso quantum de amor, através da prática dos Três Fatores de Revolução da Consciência. Para tal, vamos estudar o texto do Dr. Samael Aun Weor sobre o assunto:

“Deus como Pai é Sabedoria”. Deus como Mãe é Amor. Deus como Pai reside no Olho da Sabedoria. O Olho da Sabedoria se acha situado no entre cenho. Deus como Amor se encontra no Templo-Coração. Sabedoria e Amor são as duas colunas torais da Grande Loja Branca. Amar, quão belo é amar. Só as grandes almas podem e sabem amar. O amor é ternura infinita... O amor é a vida que palpita em cada átomo, como palpita em cada Sol. O amor não se pode definir, porque é a Divina Mãe do Mundo; é aquilo que advém a nós quando estamos realmente enamorados. O amor é sentido no fundo do coração, é uma vivência deliciosa, um fogo que consome; é vinho divino, delírio para quem o bebe. Um simples lencinho perfumado, uma carta, uma flor, promovem no fundo da alma tremendas inquietudes íntimas, êxtases exóticos, voluptuosidade inefável. Ninguém jamais pôde definir o amor; tem-se que vivê-lo, tem-se que senti-lo. Só os grandes enamorados sabem realmente o que é isso que se chama Amor. O Matrimônio Perfeito é a união de dois seres que verdadeiramente sabem amar. Para que haja verdadeiramente amor, é preciso que o homem e a mulher se adorem em todos os sete grandes planos cósmicos. ’

‘Para que haja amor, é necessário que exista uma verdadeira comunhão de almas nas três esferas de pensamento, sentimento e vontade. Quando os dois *for* vibram afins em seus pensamentos, sentimentos e volições, então o Matrimônio Perfeito realiza-se nos sete planos de consciência cósmica. Há pessoas que estão casadas nos planos: físico e etérico, porém não o estão no plano astral. Outras se acham casadas nos planos: físico, etérico e astral, mas não o estão no plano mental; cada um pensa a seu modo, a mulher tem uma religião e o homem outra, não estão de acordo no que pensam etc., etc’.

‘Existem casamentos afins nos mundos do pensamento e do sentimento, porém absolutamente opostos no mundo da vontade. Constantemente ocorrem choques entre o casal, não são felizes. O Matrimônio Perfeito deve efetuar-se nos sete planos de consciência cósmica. Há matrimônios que nem sequer chegam ao plano astral. Nesses casos não existe sequer a atração sexual, esses são verdadeiros fracassos. Este é o tipo de casamento que se fundamenta exclusivamente na fórmula matrimonial. ’ Algumas pessoas vivem a vida de casadas no plano físico com determinado cônjuge e no plano mental vivem com outro diferente. Raramente encontramos na vida um Matrimônio Perfeito. Para que haja amor, é necessário existir afinidade de pensamentos, sentimentos e vontades. ’

‘Onde existe o cálculo aritmético, não há amor. Infelizmente, na vida moderna o amor cheira à conta de banco, mercadorias e celuloide. Naqueles lares onde só existem somas e subtrações, não existe amor. Quando o amor sai do coração, dificilmente regressa. O amor é um menino muito esquivo. O matrimônio que se realiza sem amor, fundamentado unicamente em interesses econômicos ou sociais, é realmente um pecado contra o Espírito Santo. Casamentos desse tipo fracassam inevitavelmente. Os enamorados confundem muitas vezes o desejo com o amor, e o pior é que se casam, acreditando estarem enamorados. Consumado o ato sexual, satisfeita a paixão carnal, vem então o desencanto, resta a terrível realidade. Os enamorados devem auto-analisar-se antes de se casarem, para saberem se realmente estão enamorados. A paixão se confunde facilmente com o amor. O amor e o desejo são absolutamente opostos. Quem está verdadeiramente enamorado é capaz de dar até a última gota de seu sangue pelo ser adorado. Examina-te antes de te casares. És capaz de dar até a última gota de sangue pelo ser que adoras? Serias capaz de dar tua vida para que o ser adorado vivesse? Reflete e medita... Existe verdadeira afinidade de pensamentos, sentimentos e vontades com o ser que adoras? Lembra-te que, se essa afinidade completa não existe, o teu casamento, ao invés de ser um céu, será um verdadeiro inferno. Não te deixes levar pelo desejo. Mata não só o desejo, mas até a própria sombra da árvore tentadora do desejo. O amor começa com um relâmpago de simpatia deliciosa, substancializa-se com ternura infinita e sintetiza-se em suprema adoração. ’

‘Um Matrimônio Perfeito é a união de dois seres que se adoram de forma absoluta. No amor não existem planos, nem contas de banco. Está-se fazendo planos e cálculos, é porque não estás enamorado. Reflete antes de dar o grande passo. Estás realmente enamorado? Cuida-te da ilusão do desejo. Recorda que a chama do desejo consome a vida e fica então a tremenda realidade da morte. Contempla os olhos do ser que adoras, perde-te na felicidade das suas pupilas, porém, se queres ser feliz, não te deixes levar pelo desejo. Homem enamorado, não confundas o amor com a paixão. Auto-analisa-te profundamente. É urgente saber se ela te pertence em espírito. É necessário saber se tens completa afinidade com ela nos três mundos de pensamento, sentimento e vontade. O adultério é o resultado cruel da falta de amor. A mulher verdadeiramente enamorada preferiria a morte ao adultério. O homem que adultera não está enamorado. O amor é terrivelmente divino. A bendita Deusa Mãe do Mundo é isso que se chama Amor. “Com o fogo terrível do Amor podemos transformar-nos em Deuses para penetrarmos cheios de majestade no Anfiteatro da Ciência Cósmica.”

‘A sabedoria e o amor são as duas colunas torais de toda a verdadeira civilização. Em um prato da balança da justiça devemos pôr a sabedoria e no outro prato devemos pôr o amor. A sabedoria e o amor devem se equilibraR mutuamente. A sabedoria sem amor é um elemento destrutivo. O amor sem sabedoria pode nos conduzir ao erro. “AMOR É LEI, PORÉM AMOR CONSCIENTE”. É preciso estudar muito e adquirir conhecimentos, porém também é urgente desenvolver em nós o ser espiritual. O conhecimento sem o ser espiritual bem desenvolvido de forma harmoniosa dentro de nós vem a se tornar a causa disso que se chama velhacaria. O ser bem desenvolvido dentro de nós, porém sem conhecimentos intelectuais de espécie alguma dá origem aos santos estúpidos. Um santo estúpido possui o Sr espiritual bem desenvolvido, porém como não tem conhecimentos intelectuais, não pode fazer nada porque não sabe como fazer. O santo estúpido tem o poder de fazer, porém não pode fazer porque não sabe como fazer. O conhecimento intelectual sem o ser espiritual bem desenvolvido produz confusão intelectual, perversidade, orgulho, etc.’.

‘Durante a segunda guerra mundial, milhares de cientistas desprovidos de todo elemento espiritual, em nome da ciência e da humanidade, cometeram crimes espantosos com o propósito de fazer experimentos científicos. Precisamos formar uma poderosa cultura intelectual, porém equilibrada tremendamente com a verdadeira espiritualidade consciente. Necessitamos de uma ética revolucionária e de uma psicologia revolucionária, se é que de verdade queremos dissolver o eu para desenvolver o ser legitimamente espiritual em nós. É lamentável que por falta de amor as pessoas utilizem o intelecto de forma destrutiva. ’

‘Os alunos e alunas precisam estudar ciências, história, matemática, etc. Necessitam adquirir os conhecimentos vocacionais com o propósito de serem úteis ao próximo. Estudar é necessário. Acumular conhecimentos básicos é indispensável, porém o medo não é indispensável. Muita gente acumula conhecimentos por medo. Têm medo da vida, da morte, da fome, da miséria, do ao que dirão etc. Por este motivo, estudam. Devemos estudar por amor aos nossos semelhantes com o desejo de servi-los melhor; jamais se deve estudar por medo. Na vida prática, pudemos comprovar que todos aqueles estudantes que estudaram por medo, cedo ou tarde se converteram em velhacos. Precisamos ser sinceros com nós mesmos a fim de observar e descobrir em nós mesmos todos os processos do medo. Não devemos esquecer jamais na vida que o medo tem muitas faces. `Às vezes o medo se confunde com a coragem. Os soldados no campo de batalha parecem muito valentes, porém, na realidade, mexem-se e lutam devido ao medo. O suicida também parece à primeira vista muito valente, porém, na realidade, é um covarde que tem medo da vida. Todo velhaco na vida aparenta ser muito valente, porém no fundo é um covarde. Os velhacos costumam utilizar a profissão e o poder de forma destrutiva quando sentem medo. Exemplo: Fidel Castro em Cuba. ’

‘Nós jamais nos pronunciamos contra a experiência na vida prática nem contra o cultivo do intelecto, no entanto condenamos a falta de amor. O conhecimento e as experiências da vida resultam destrutivos quando falta o amor. O Ego costuma ficar com as experiências e os conhecimentos intelectuais quando existe ausência disso que se chama amor. O Ego abusa das experiências e do intelecto quando os utiliza para robustecer. Desintegrando o Ego, o eu, o mim mesmo, as experiências e o intelecto ficam nas mãos do Ser Íntimo e todo abuso torna-se então impossível. Todo estudante deve-se orientar pelo caminho vocacional e estudar muito, a fundo, todas as teorias que se relacionam com sua vocação. ’

‘O estudo e o intelecto não prejudicam a ninguém, porém não devemos abusar do intelecto. Necessitamos estudar para não abusar da mente. Abusa da mente quem quer estudar as teorias de diferentes vocações, quem quer prejudicar os outros com o intelecto, quem exerce violência sobre a mente alheia, etc. É preciso estudar as matérias profissionais e as matérias espirituais para ter uma mente equilibrada. É urgente chegar à síntese intelectual e à síntese espiritual, se é que de verdade se quer ter uma mente equilibrada. Os professores e professoras de escolas, colégios, universidades devem estudar a fundo a nossa psicologia revolucionária, se é que de verdade querem conduzir seus estudantes pelo caminho da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. ’
‘É preciso que os estudantes adquiram o Ser espiritual, que desenvolvam em si mesmos o verdadeiro Ser, para que saiam da escola, convertidos em indivíduos responsáveis e não em estúpidos velhacos. A sabedoria sem amor de nada serve. O intelecto sem amor só produz os velhacos. “A sabedoria em si mesma é substância atômica, capital atômico, que só deve ser administrado por indivíduos cheios de amor.”

‘É necessário Amar e ser amado, porém para a desgraça do mundo as pessoas não amam nem são amadas. Isso que se chama amor é algo desconhecido para as pessoas que o confundem facilmente com a paixão e com o temor. Se as pessoas pudessem amar e* for amada*, as guerras seriam completamente impossíveis sobre a superfície da terra. Muitos matrimônios que poderiam ser verdadeiramente felizes não o são infelizmente devido aos velhos ressentimentos acumulados na memória. Se os cônjuges tivessem generosidade, esqueceriam o passado doloroso e viveriam na plenitude do presente, cheios de verdadeira felicidade. ’

‘A mente mata o amor, o destrói. As experiências, os velhos desgostos, os antigos ciúmes, tudo isso acumulado na memória destrói o amor. Muitas esposas ressentidas poderiam ser felizes se tivessem generosidade suficiente, para esquecer o passado e viver o presente, adorando o seu esposo. Muitos maridos poderiam ser verdadeiramente felizes com suas esposas, se tivessem a generosidade suficiente para perdoar velhos erros e jogar no esquecimento as rixas e os dissabores acumulados na memória. É necessário, é urgente, que os casados compreendam o profundo significado do momento. Esposos e esposas devem sentir-se sempre com recém-casados, esquecendo o passado e vivendo alegremente o presente. ’

‘O amor e os ressentimentos são substâncias atômicas incompatíveis. No amor não pode haver ressentimento de espécie alguma. O amor é eterno perdão. Existe amor naquele que sente verdadeira angústia pelos sofrimentos de seus amigos e inimigos. Existe amor naquele que todo coração que verdadeiramente trabalha pelo bem-estar dos humildes, dos pobres e dos necessitados. Existe amor naquele que de maneira espontânea e natural sente simpatia pelo camponês que rega o sulco com seu suor, pela aldeã que sofre, pelo mendigo que pede uma moeda e pelo pobre cachorro, angustiado e doente, que morre de fome na beira do caminho. ’

‘Quando ajudamos alguém de todo coração, quando de forma natural e espontânea regamos a árvore e as flores do jardim sem que ninguém nos peça haja autentica generosidade, verdadeira simpatia e verdadeiro amor. Infelizmente para o mundo as pessoas não têm verdadeira generosidade. As pessoas só se preocupam com suas próprias conquistas egoístas, desejos, êxitos, conhecimentos, experiências, sofrimentos, prazeres, etc.’.

‘No mundo existe muita gente que só possui falsa generosidade. Existe falsa generosidade no astuto político, na raposa eleitoral que gasta dinheiro com o propósito egoísta de conseguir poder, prestígio, posição, riquezas, etc, não devemos confundir gato com lebre. A verdadeira generosidade é absolutamente desinteressada, porém facilmente pode ser confundida com a falsa generosidade egoísta das raposas da política, dos espertalhões capitalistas ou dos sátiros que cobiçam uma mulher. Devemos ser generosos de coração. A verdadeira generosidade não é da mente. A autêntica generosidade não é da mente. A autêntica generosidade é o perfume do coração. Se as pessoas tivessem generosidade, esqueceriam todos os ressentimentos acumulados na memória, todas as experiências dolorosas dos muitos ontem e aprenderiam a viver de momento a momento, sempre felizes, sempre generosas, cheias de verdadeira sinceridade. Infelizmente o eu é memória e vive no passado, quer sempre voltar ao passado. O passado acaba com as pessoas, destrói a felicidade e mata o amor. A mente engarrafada no passado jamais pode compreender de forma integral o profundo significado do momento em que vivemos. ’

‘São muitas as pessoas que nos escrevem pedindo consolo, pedindo um bálsamo precioso para sanar seu dolorido coração, porém são poucos aqueles que se preocupam em consolar o aflito. São muitas as pessoas que nos escrever para relatar o miserável estado em que vivem, mas são raros aqueles que partem o único pão que vai os alimentar para dividi-lo com outros necessitados. As pessoas não querem entender que por trás de todo efeito existe uma causa e que só alterando a causa modificam o efeito. O eu, nosso querido eu, é energia que viveu em nossos antecessores e que deu origem a certas causas pretéritas, cujos efeitos presentes condicionam nossa existência. Necessitamos de generosidade para modificar causas e transformar efeitos. Necessitamos de generosidade para dirigir sabiamente o barco da nossa existência. Necessitamos de generosidade para transformar radicalmente nossa própria vida. A legítima e efetiva generosidade não é da mente. A autêntica simpatia e o verdadeiro e sincero afeto jamais podem ser o resultado do medo. É necessário compreender que o medo destrói a simpatia, acaba com a generosidade do coração e aniquila em nós o delicioso perfume do amor. O medo é a raiz de toda a corrupção, a origem secreta de toda guerra, o veneno mortal que degenera e mata. ’

‘Os professores e professoras de escolas, colégios e universidades devem compreender a necessidade de encaminhar seus alunos e alunas pela senda da generosidade verdadeira, da coragem e da sinceridade do coração. As pessoas rançosas e torpes da geração passada ao invés de compreender o que é esse veneno do medo o cultivaram como flor fatal de estufa. O resultado de semelhante procedimento foi a corrupção, o caos e a anarquia. Os professores e professoras devem compreender a hora que vivemos o estado crítico em que nos achamos e a necessidade de levantar as novas gerações sobre as bases de uma ética revolucionária que esteja em sintonia com a era atômica que nestes instantes de angustia e dor se está iniciando entre o augusto troar do pensamento. ’

‘A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL está embasada numa psicologia revolucionária e numa ética revolucionária, de acordo com o novo ritmo vibratório da nova era. O sentimento de cooperação haverá de substituir totalmente ao horrível batalhar da competição egoísta. Torna-se impossível saber cooperar quando se exclui o princípio da generosidade efetiva e revolucionária. É urgente compreender de forma integral não só no nível intelectual como também nos diferentes esconderijos inconscientes da mente inconsciente e subconsciente o que é a falta de generosidade e o horror do egoísmo. Só fazendo consciência do que é em nós o egoísmo e a falta de generosidade brotará em nosso coração a deliciosa fragrância do verdadeiro amor e da efetiva generosidade, que não é da mente. ’”

‘Os alunos e alunas devem compreender de forma integral isso que se chama amor desde os bancos da escola. O medo e a dependência costumam confundir-se com o amor, mas não são o amor. Os jovens e moças dependem de seus pais e professores e é claro que os respeitam e temem ao mesmo tempo. Os meninos e meninas, os jovens e senhoritas, dependem de seus pais para isso da roupa, da comida, do dinheiro, da moradia, etc. A todas as luzes resulta claro que se sentem protegidos. Sabem que dependem de seus pais e por isso os respeitam e até os temem, porém isso não é amor. Para mostra do que estamos dizendo, podemos verificar com inteira exatidão que todo menino, menina, jovem ou senhorita tem mais confiança em seus amiguinhos ou amiguinhas da escola do que em seus próprios pais. Isso nos está demonstrado que não há confiança verdadeira entre pais e filhos, que não há verdadeiro amor. ’

‘Faz-se urgente compreender que existe uma diferença radical entre o amor e isso que é respeito, temor, dependência e medo. É urgente saber respeitar nossos pais e os professores, porém não confundir respeito com amor. O respeito e o amor devem estar intimamente unidos, mas não devemos confundir um com o outro. Os pais temem por seus filhos e desejam para eles o melhor: uma boa profissão, um bom casamento, proteção, etc. Porém, confundem esse temor com o verdadeiro amor. Faz-se necessário compreender que sem verdadeiro amor é impossível aos pais e professores guiar as novas gerações sabiamente, ainda que tenham muitas boas intenções. ’

‘O caminho que conduz ao abismo está empedrado de boas intenções. Vejamos o caso do mundialmente conhecido dos “rebeldes sem causa”. Está é uma epidemia mental que se propagou pelo mundo inteiro. Multidões de jovens “bem nascidos”, dizem que são muito amados por seus pais, muito mimados, muito queridos, assaltam transeuntes indefesos, atacam e violam mulheres, roubam, apedrejam, andam em bando causando dano em todos os lugares, faltam com o respeito com os professores e pais de família, etc. Os “rebeldes sem causa” são o produto da falta do verdadeiro amor. Onde existe verdadeiro amor, não podem existir “rebeldes sem causa”. Se os pais de família amassem de verdade aos seus filhos, saberiam orientá-los inteligentemente e então não existiriam os “rebeldes sem causa”. Os “rebeldes sem causa” são o resultado de uma má orientação. Os pais de família não tiveram suficiente amor a fim de dedicarem-se de verdade para orientar os seus filhos sabiamente. Os pais de família modernos só pensam em dinheiro. Só pensam em dar ao seu filho o carro último modelo, os trajes da moda, etc. não os amam de verdade nem os sabem amar. Por isso, os “rebeldes sem causa”. ’

‘Deve-se a superficialidade desta época à falta de verdadeiro amor. A vida moderna é semelhante a um charco sem fundo, sem profundeza. No fundo do lago da vida, podem viver muitas criaturas, muitos peixes, porém a poça da beira do caminho logo seca com os ardentes raios do sol e a única coisa que resta é o lodo, a podridão, a fealdade... É impossível compreender a beleza da vida em todo seu esplendor se ainda não aprendemos amar. As pessoas confundem o respeito e o temor com isso que se chama amor. Respeitamos os nossos superiores e os tememos e então julgamos que os amamos. As crianças temem seus pais e professores, os respeitam e assim pensam que os amam. A criança teme o relho, a régua, a nota ruim, a censura em casa ou na escola, etc. Assim crê que ama seus pais e professores, mas, na realidade, só os teme. Dependemos do emprego e do patrão, tememos da miséria, o desemprego e assim cremos que amamos o patrão e até cuidamos de seus interesses, cuidamos de suas propriedades, porém isso não é amor, isso é temor. ’

‘Muita gente tem medo de pensar por si mesma nos mistérios da vida e da morte, medo de inquirir, de investigar, compreende estudar, etc. Então exclamam: Eu amo a Deus e isso é suficiente! Creem que amam a Deus, porém, na realidade, não amam, temem. Em tempos de guerra, a esposa sente que adora a seu marido mais do que nunca e deseja com ansiedade infinita sua volta à casa. Contudo, na realidade, não o ama, apenas tem medo de ficar sem marido e sem proteção. A escravidão psicológica, a dependência, o depender de alguém, não é amor, é unicamente temor. Isso é tudo. A criança em seus estudos depende do professor e da professora e é claro que teme a expulsão, a nota ruim, a censura, etc. Muitas vezes julga que os ama, porém o que acontece é que os teme. ’
‘Quando a esposa está de parto ou em perigo de vida por alguma enfermidade, o esposo julga que a ama muito mais, porém, na realidade, o que acontece é que teme perdê-la, depende dela em muitas coisas como da comida, sexo, roupa lavada, carinho, etc. Ele teme perdê-la e isso não é amor. Todo mundo diz que adora todo mundo, porém tal coisa não existe. É muito raro achar alguém na vida que saiba verdadeiramente amar. Se os pais amassem de verdade aos seus filhos, se os filhos amassem de verdade aos seus pais, se os professores amassem de verdade aos seus alunos e alunas, não poderia haver guerras. As guerras seriam cem por cento impossíveis. O que ocorre é que as pessoas não compreenderam o que é o amor e a todo temor, a toda escravidão psicológica, a toda paixão, etc., confundem com isso que se chama amor. As pessoas não sabem amar. Se as pessoas soubessem amar, a vida seria de fato um paraíso. ’

‘Os namorados creem que estão amando e muitos até seriam capazes de jurar com sangue que estão amando. No entanto, só estão apaixonados. Satisfeita a paixão, o castelo de carta vem abaixo. A paixão costuma enganar a mente e o coração. Todo apaixonado pensa que está enamorado. É muito raro encontrar na vida algum casal verdadeiramente enamorado. Abundam os casais de apaixonados, porém é dificílimo encontrar um casal de enamorados. Os artistas cantam o amor, porém não sabem que coisa é o amor e confundem-no com a paixão. Se existe algo difícil nesta vida, é não confundir a paixão com o amor. A paixão é o veneno mais delicioso e mais sutil que se pode conceber e termina sempre triunfando à preço de sangue.

A paixão é cem por cento sexual e bestial, porém algumas vezes é também muito refinada e sutil. Sempre se a confunde com o amor. Os professores e professoras devem ensinar aos alunos, jovens e senhoritas, a diferenciar entre o amor e a paixão. Somente assim se evitará mais tarde muitas tragédias na vida. ’

‘Os professores e professoras estão determinados a formar a responsabilidade dos alunos e alunas. Por isso eles devem prepará-los devidamente para que não se convertam em trágicos na vida. É preciso compreender isso que é o amor, isso que não se pode misturar com ciúmes, paixões, apegos, violências, temor, dependência psicológica, etc. Infelizmente o amor não existe nos seres humanos e tampouco é algo que se pode adquirir comprar, cultivar como flor de jardim, etc. O amor tem de nascer em nós e só nasce quando compreendemos a fundo o ódio que levamos dentro, o temor, a paixão sexual, o medo, a escravidão psicológica, a dependência, etc. Temos de compreender o que são estes defeitos psicológicos, temos de compreender como eles se processam em nós não só no nível intelectual da vida, como também em outros níveis ocultos e desconhecidos do subconsciente. Faz-se necessário extrair dos diferentes esconderijos da mente todos esses defeitos. Somente assim nasce em nós de forma espontânea e pura isso que se chama amor. É impossível querer transformar o mundo sem a labareda do amor. Só amor pode de verdade transformar o mundo “(VM. Samael Aun Weor)”.
Técnica para Construção da Felicidade
 (Maurício da Silva).

A felicidade se constitui numa energia divinamente poderosa que engendra um estado interno de exultação, de arrebatamento, que se processa em nossas almas, resultante da atuação da essência na construção das virtudes, na experimentação do bem, da ordem, do amor, da paz, etc e de todos os fatores que emergem da realidade, da contemplação da beleza, da totalidade, da realidade ou verdade cósmica.

A felicidade, ao se expressar em nossos corações, anuncia um estado interno de bondade, resultante da presença de Deus! A felicidade emana do nosso interior, quando aprendemos correlacionar adequadamente, de instante a instante, os estados internos aos eventos exteriores. Temos que arrancar a felicidade de dentro de cada um de nós mesmos. Não podemos esperar que os outros viessem nos fazer felizes, pois a seta do vetor felicidade possui o sentido de dentro para fora e não de fora para dentro, em direção da paz e do amor!

A felicidade se constitui em algo a ser construído dentro de cada um de nós, pois ela surge por acaso, do além. A felicidade que experimentamos é proporcional `a quantidade de essência livre que temos, cerca de 3%, em média. Já que do ego, do mundo dos agregados psicológicos inumanos, só emerge a infelicidade.

Portanto, cabe a todos nós construirmos a nossa felicidade, trabalhando intensivamente com os Três Fatores de Revolução da Consciência, num universo quer está por ser construído em cerca 97%. Para compreendermos a técnica de construção e vivenciamento da felicidade vamos ler o texto abaixo, na íntegra, refletir e praticar os ensinamentos que ali nos deu o Dr. Samael Aun Weor, em uma das suas cinco obras básicas, chamada A Grande Rebelião:

“As pessoas trabalham diariamente, lutam por sobreviver; querem existir de alguma maneira, porém não são felizes”. Isso da felicidade está em chinês, como se diz por aí. O pior é que as pessoas sabem disto, mas, no meio de tantas amarguras, parece que elas não perdem as esperanças de alcançar a felicidade algum dia, sem saber como, nem de que maneira. Pobres pessoas! Quanto sofrem! E, no entanto, querem viver, temem perder a vida.

Se as pessoas entendessem algo sobre Psicologia Revolucionária, possivelmente até pensariam diferente; mas na verdade nada sabem. Querem sobreviver em meio a sua desgraça e isso é tudo. Existem momentos prazerosos, muito agradáveis, mas isso não é felicidade. As pessoas confundem o prazer com a felicidade. Folia, farra, bebedeira, orgia, é prazer bestial, mas não é felicidade. No entanto, há festinhas sãs, sem bebedeiras, sem bestialidades, sem álcool, etc., mas isso tampouco é felicidade... Você é uma pessoa amável? Como se sente quando dança? Você está enamorado? Ama de verdade? Como se sente dançando com o ser querido? Permita que me torne um pouco cruel, nestes momentos, ao dizer-lhe que isto também não é felicidade.

Se você está velho e esses prazeres já não lhe atraem, desculpe-me se lhe digo que seria diferente se você fosse jovem e cheio de ilusões. De todas as maneiras, diga-se o que se diga; dance ou não dance, namore ou não namore, tenha ou não isso que se chama dinheiro, você não é feliz, ainda que pense o contrário. Passamos a vida buscando a felicidade por todas as partes e morremos sem havê-la encontrado. Na América Latina são muitos os que têm esperanças de tirar algum dia o prêmio gordo da loteria, creem que assim vão conseguir a felicidade. Alguns até de verdade o tiram, mas nem por isso conseguem a tão ansiada felicidade.

Quando somos jovens sonhamos com a mulher ideal, alguma princesa das "Mil e Uma Noites", algo extraordinário... Depois vem a crua realidade dos fatos: mulher, filhos pequenos para sustentar, difíceis problemas econômicos, etc. Não há dúvida de que à medida que os filhos crescem os problemas também crescem e até se tornam impossíveis. Conforme o menino ou a menina vão crescendo, os sapatinhos vão sendo cada vez maiores e o preço também, isso é claro. Conforme as crianças crescem, a roupa vai custando cada vez mais e mais cara. Havendo dinheiro não há problemas nisto; mas, se não há, a coisa é grave e se sofre horrivelmente... Tudo isso seria mais ou menos tolerável, se tivesse uma boa mulher; mas quando o pobre homem é traído, quando lhe põem "chifres", de que lhe serve então lutar para conseguir dinheiro?

Existem casos extraordinários, mulheres maravilhosas, companheiras de verdade, tanto na opulência quanto na desgraça, mas para o cúmulo dos cúmulos, então o homem não sabe apreciá-la e até a abandona por outras mulheres que vão lhe amargurar a vida. Muitas são as mocinha que sonham com um "príncipe azul". Infelizmente, na verdade as coisas se tornam bem diferentes e, no terreno dos fatos, a pobre mulher casa-se com um verdugo... A maior ilusão de uma mulher é chegar a ter um belo lar e ser mãe; santa predestinação! No entanto, ainda que tenha um marido muito bom, coisa por certo muito difícil, no fim tudo passa. Os filhos e as filhas se casam, se vão ou são ingratos com seus pais e o lar termina definitivamente. Conclusão: neste mundo cruel em que vivemos, não existe gente feliz!... Todos os pobres seres humanos são infelizes.

Na vida conhecemos muitos "burros" carregados de dinheiro, cheios de problemas, disputas de toda espécie, sobrecarregados de impostos, etc. Não são felizes... De que serve ser rico se não se goza de boa saúde? Se não se tem um verdadeiro amor? Pobres ricos! Às vezes são mais desgraçados que qualquer mendigo. Tudo passa nesta vida! Passam as coisas, as pessoas, as ideias, etc. Os que têm dinheiro passam e os que não têm também passam e ninguém conhece a autêntica felicidade. Muitos querem escapar de si mesmos por meio das drogas ou do álcool, mas, em verdade, não só não conseguem escapar, mas, o que é pior, ficam presos no inferno do vício.

Os amigos do álcool, da maconha ou do LSD, etc., desaparecem como por encanto, quando o viciado resolve mudar de vida. Fugindo do "mim mesmo", do "eu mesmo", não se alcança a felicidade. Interessante seria agarrar o "touro pelos chifres". Observar o "eu", estudá-lo com o propósito de descobrir as causas da dor. Quando descobrimos as causas verdadeiras de tantas misérias e amarguras, é óbvio que algo pode acontecer... Se conseguirmos acabar com o "mim mesmo", com "minhas bebedeiras", "meus vícios", "meus afetos" que tanta dor me causam no coração, minhas preocupações que me destroçam o cérebro e me adoecem etc., etc., etc., é claro que então advém isso que não é do tempo; isso que está mais além do corpo, das emoções e da mente; isso que realmente é desconhecido para o entendimento e que se chama Felicidade.

Inquestionavelmente, enquanto a consciência continuar engarrafada, embutida no "mim mesmo", no "eu mesmo", de nenhuma maneira se poderá conhecer a legítima felicidade. A felicidade tem um sabor que o "eu mesmo", o "mim mesmo" nunca jamais conheceu “(VM. Samael Aun Weor)”.

QUESTÃO DE ESTUDO

Após a leitura deste texto, acesse a página www.agsaw.com.br/tema42.htm, assista aos vídeos da aula 42 e faça uma síntese conceitual do assunto, descrevendo a Paz, a liberadade, a felicidade e o amor.

HOME