Para entendermos bem o que é a morte, devemos compreender bem O BINÔMIO HOLÍSTICO DA COMPLEMENTARIDADE UNIVÉRSICA. Nas ciências superficiais do nosso sistema escolar antropocêntrico, os fenômenos da natureza são vistos superficialmente, de maneira fragmentária, como coisas isoladas, incoerentes, desconexas e independentes, sem fundamentação lógica,. Ao contrário disto, nas ciências de abordagem holísticas os fenômenos são tratados com responsabilidade, com profundidade, à luz da realidade, como fatos interdependentes, interconexos, integrais, simultâneos e univérsicos. Assim, por possuirmos formação escolar antropocêntrica, introjetamos a lógica do absurdo, de maneira tal que aceitamos os fatos fragmentados, dissociados da verdade; temos dificuldades de aceitação dos fenômenos de maneira integral, como eles realmente ocorrem. Na holística cósmica aprendemos analisar os fatos à luz da verdade, da inteireza, da realidade, com a razão objetiva enfocada na dialética da consciência. Na perspectiva holosótica, à luz do paradigma holístico, a realidade se reflete na luz da essência. Os fenômenos cósmicos são percebidos pela consciência, integralmente; enquanto que na formação antropocêntrica adquirida na nossa escola convencional, os fenômenos são percebidos superficialmente, devido à opacidade do ego. Assim passamos a vida inteira na escola estudando na biologia o nascimento, sem falar da morte, a evolução, sem falar da involução, da lei da oitavas, sem falar da entropia; tentando reduzir os fenômenos da mecânica pendular da física apenas aos seus aspectos positivos, sem abordar os aspectos negativos, etc. Dai da mesma forma, interpretamos os fatos psicológicos, antropológicos, filosóficos, sociológicos, etc., como fatos verdadeiros, à luz do referencial cartesiano, sem a menor reflexão profunda, sem passar pelo filtro da consciência, da compreensão. Deste modo há enorme quantidade de estudantes fazendo mestrado e doutorado, fazendo dissertação e tese sobre o fenômeno biológico do nascimento. Mas não há ninguém se mestrando e doutorando sobre o fenômeno da morte. Como se o ciclo vital fosseconstituído apenas de nascimento e nenhum ser vivo morresse. Por tudo isto exposto, à luz da consciência, o conhecimento baseado no paradigma antropocêntrico não nos serve para adentrarmos ao portal do universo da verdade; ele é parcial, fragmentário, desprovido da realidade de todos os fenômenos univérsicos. Então, neste livro vamos estudar os fenômenos e as leis do universo sob a óptica do paradigma gnoseolístico, para compreendermos a inteireza e a realidade dos fatos, a verdade integral ou plena. À luz do paradigma gnoseolístico, não se pode conceber o nascimento, sem a sua parte complementar que é morte. Nascimento e morte são componentes do ciclo vital de todos os seres vivos, são partes constituintes do ciclo vital da existência da vida no seu aspecto tridimensional. Separá-los como fazem as escolas antropocêntricas é fragmentar a verdade. Desta mesma forma, devemos estudar os fenômenos contidos nas 48 leis do cosmos, com inteireza. Por exemplo, não podemos estudar jamais a lei da evolução isoladamente, sem levar em consideração a lei da involução, que é a sua contraparte; da mesma forma, a lei das oitavas, sem consideração da lei da entropia, e todas as demais leis. No universo holístico relativístico, não há nada, nenhum fenômeno, que não possua a sua parte complementar, tudo é dualístico, nada é unitário como deseja a filosofia antropocêntrica. Podemos organizar uma tabela, colocando as suas partes complementares, de um lado, chamando-os de fatores positivos e do outro, o que consideramos como fatos negativos: nascimento & morte; bem & mal masculino & feminino; alegria & tristeza; prazer & dor; céu & inferno; deuses e diabos; essência & ego, etc. Assim como o ponto de partida e o ponto de chegado de um móvel fazem parte de uma mesma trajetória, que é construída pela união dos sucessivos pontos ocupados pelo móvel, em seu movimento, no decorrer do tempo, com relação a determinado referencial, pela dialética da consciência, respaldada no paradigma holístico do conhecimento, vamos compreender a veracidade das leis univérsicas e a inteireza dos fenômenos cósmicos. As partes estão contidas no todo e o todo as contém. Eles, todo e parte, penetram e compenetram intrinsecamente na composição do universo relativo. O todo não seria todo, sem qualquer parte e parte não existiria, sem o todo. No universo relativo, que vivemos e nos inter-relacionamos holisticamente, não existe nada unipolar, tudo é bipolar. A complementaridade holística está presente em todos os fenômenos sociais, naturais, físicos, biológicos, químicos; em todas as leis, sejam naturais, sociais, etc. “A parte é algo diferente do todo; mas também é o mesmo que o todo é; a substância é o todo e a parte” (Heráclito de Éfeso). “Tudo é Duplo; tudo tem polos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados” (O Caibalion). OCaibalion se constitui num conjunto de textos atribuídos a Hermes Trismesgisto do Egito, datado de 2700 AC. O que ele quer dizer é que a realidade ou totalidade se constitui de um conjunto unitário, formado por duas verdades relativas ou meias verdades, formadas por partes iguais, por ½ verdade (polo -) + ½ verdade (polo +), constituindo a verdade plena, absoluta ou integral. Cada polo representa somente um lado da verdade, do fenômeno, do fato, etc.; representa meia verdade apenas, realidade falseada, fragmentada, etc. Os dois polos quando tomados em conjunto, representam a inteireza do fato, do fenômeno, etc.; representam a realidade, a verdade inteira, plena, integral, profunda ou holosverdade. Então, ao se estudar leis, costuma-se, quase sempre, analisar tão somente um lado do fato, aquele que se constitui no aspecto positivo; deixando de lado o aspecto negativo, de modo fragmentário, à luz do paradigma antropocêntrico, desfigurando a realidade ou a verdade absoluta. Assim ocorre com o fenômeno da existência humana, em que há muitas teses de doutorados sobre o fenômeno do nascimento; entretanto, não há quase nada sobre a morte. Mas, o qualquer fenômeno da existência não fica incompleto, sem a contraparte? A morte não se constitui na contraparte do nascimento na lei da evolução? Daí como se pode esquecer por completo a sua irmã gêmea, a involução, como fazem algumas escolas, que ceifam a inteireza e a veracidade dos fatos, fragmentando a verdade, a realidade, a totalidade. Para construirmos a cidadania cósmica dentro de cada um de nós e ajudarmos na construção de cidadania coletiva temos que estudar conhecer, experimentar e compreender o mais cru realismo da binaridade cósmica. Temos que sair do senso comum antropocêntrico e mergulhar na consciência gnoseolística. Cidadania se constitui em algo que temos que construir dentro de cada um de nós mesmos, aqui e agora, com os fatores de construção da consciência e à medida que formos construindo-a, devemos trabalhar intensivamente, com alteridade, a favor de nossos concidadãos, para que eles também a construam-na. A cidadania se alimenta de interdependência entre todas as coisas do univérsicas, cresce na solidariedade e sintetiza-se no o amor. Vamos estudar o texto abaixo, sobre a morte, extraído do capítulo 20 do livro Sim, Há Inferno, Diabo e karma do V.M. Samael Aun Weor: “Na hora da morte chega sempre, ante o leito, um anjo da morte. Deste há legiões e todos eles trabalham de acordo com a grande lei. Três coisas vão ao panteão ou cemitério: Primeiro, o cadáver físico; segundo, o corpo vital (este escapa do corpo físico com a última exalação), tal veículo flutua ante o sepulcro e se vai decompondo lentamente à medida que o corpo físico se desintegra; terceiro a ex-personalidade. Esta indubitavelmente pode, às vezes, escapar de dentro da tumba e perambular pelo panteão ou se dirigir a alguns lugares que lhe são familiares. Não há dúvida de que a ex-personalidade se dissolve, lentamente, através do tempo. Não existe nenhum amanhã para a personalidade do morto; esta, em si mesma, é perecedora. Aquilo que continua aquilo que não vai ao sepulcro, é o ego, o mim mesmo, o si mesmo. A morte em si mesma é uma subtração de quebrados. Terminada a operação matemática, só restam os valores. Obviamente, as somas de valores se atraem e se repelem de acordo com a lei da imantação universal, flutuam na atmosfera do mundo. A eternidade abre suas fauces para tragar o ego e logo o expele, arroja-o, devolve-o ao tempo. Foi-nos dito que, no instante preciso da morte, no momento em que o defunto exala seu derradeiro alento, projeta um desenho eletropsíquico de sua personalidade. Tal desenho continua nas regiões supra-sensíveis da natureza e, mais tarde, vem a saturar o ovo fecundado. Assim é como, ao retornar, ao regressar em um novo corpo físico, voltamos a possuir características pessoais muito similares às da vida anterior. Isto que continua depois da morte não é, pois, algo muito formoso. Aquilo que não é destruído com o corpo físico não é mais que um montão de diabos, de agregados psíquicos, de defeitos. O único decente que existe no fundo de todas entidades cavernárias que constituem o ego é a Essência, a psique, isso que temos de alma. Ao regressar a um novo veículo físico, entra em ação a lei do carma, pois não existe efeito sem causa, nem causa sem efeito. Os anjos da vida encarregam-se de conectar o cordão de prata com o zoosperma fecundante. Inquestionavelmente, muitos milhões de zoospermas escapam no instante da cópula, mas só um deles goza do poder suficiente para penetrar no óvulo, a fim de realizar a concepção. Esta força, de tipo muito especial, não é um produto do acaso ou do azar. O que acontece é que é impulsionado de dentro de seu energetismo íntimo pelo anjo da vida, que em tais instantes realiza a conexão da Essência que retorna. Os biólogos sabem, muito bem, que os gametas masculino e feminino levam, cada um, 24 cromossomos. Somados estes entre si, dão a soma total de 48, que vêm compor a célula germinal. Isto de 48 cromossomos vem a nos recordar 48 leis que governam o corpo físico. A Essência vem ficar, pois, conectada com a célula germinal por meio do cordão de prata e, como tal célula se divide em duas e as duas em quatro e as quatro em oito e assim sucessivamente para o processo de gestação fetal, é claro que a energia sexual se converte de fato no agente básico de tal multiplicação celular. Isto significa que de modo algum se poderia realizar o fenômeno da mitose sem a presença da energia criadora. O desencarnado, aquele que se prepara para tomar um novo corpo físico, não penetra no feto. Só vem a se reincorporar no instante em que a criatura nasce, no momento preciso em que realiza sua primeira inalação. Muito interessante resulta que com a última exalação do moribundo vem a desencarnação e que com a primeira inalação reingressamos num novo organismo É completamente absurdo afirmar que se escolhe de forma voluntária o lugar onde se deve renascer. A realidade é muito diferente. São precisamente os senhores da lei, os agentes do carma aqueles que selecionam para nós o lugar exato, lar, família, nação, etc., onde devemos reincorporar, retornar. Se o ego pudesse escolher o local, lugar ou família, etc., para sua nova reincorporação, então os ambiciosos, orgulhosos, avaros, cobiçosos, buscariam os palácios, as casas dos milionários, as ricas mansões, os leitos de rosas e de plumas e o mundo seria todo riqueza e suntuosidade. Não haveria pobres, não existiria a dor nem a amargura; ninguém pagaria carma; todos poderíamos cometer os piores delitos sem que a justiça celestial nos alcançasse, etc., etc., etc. A crua realidade dos fatos é que o ego não tem direito a escolher o lugar ou a família onde deve nascer. Cada um de nós tem que pagar o que deve. Escrito está que o que semeia raios colherá tempestades. Lei é lei e a lei se cumpre! É pois, muito lamentável que tantos escritores famosos da espiritualidade contemporânea afirmem, de forma enfática, que cada qual tem direito a escolher o lugar onde deve renascer. O que há mais além do sepulcro é algo que somente podem conhecer os homens despertos, aqueles que já dissolveram o ego, as pessoas verdadeiramente autoconscientes. No mundo existem muitas teorias, já de tipo espiritualizado ou já de tipo materializado, e a razão dos humanóides intelectuais dá para tudo; a mesma tanto pode criar teorias espiritualizadas, quanto materializadas. Os homúnculos racionais podem elaborar dentro de seu encéfalo cerebral, mediante a processos lógicos mais severos, uma teoria materialista como uma espiritualista e, tanto uma como na outra, tanto na tese como na antítese, a lógica de fundo é realmente admirável. Inquestionavelmente, a razão, com todos os seus processos lógicos como faculdade de investigação, tem um princípio e um fim; é demasiado estreita e limitada; pois, como já dissemos, presta-se para tudo, serve para tudo, tanto para a tese como para antítese. Não é possível, pois, que a razão conheça verdadeiramente algo do que há do telhado para cima, do que está mais além, disso que continua depois de morte. Já Dom Emmanuel Kant, o grande filósofo alemão, demonstrou, com sua grande obra intitulada “A Crítica da Razão Pura”, que a razão, por si mesma, não pode conhecer nada sobre a verdade, sobre o real, sobre Deus, etc., etc., etc. Obviamente temos que descartar a razão como elemento de cognição idôneo para o descobrimento do real. Arquivados os processos raciocinativos nesta questão de metafísica prática, assentaremos, desde agora mesmo, uma base sólida para a verificação disso que está mais além do tempo, daquilo que continua e que não pode ser destruído com a morte do corpo físico. Estou asseverando algo que me consta, algo que experimentei na ausência da razão. Não é demais recordar a este honorável auditório que eu recordo todas as minhas vidas anteriores. Nos antigos tempos, antes da submersão do continente atlante, as pessoas tinham desenvolvida essa faculdade do Ser conhecida com o nome de “percepção instintiva das verdades cósmicas”. Depois da submersão desse antigo continente, essa preciosa faculdade entrou no ciclo involutivo descedente e se perdeu totalmente. É possível regenerar esta faculdade mediante a dissolução do ego. Atingido tal propósito, poderemos verificar por nós mesmos, de forma auto-consciente, a lei do eterno retorno de todas as coisas. Indubitavelmente, a citada faculdade do Ser nos permite experimentar o real, isso que continua, o que está mais além da morte, do corpo físico, etc., etc., etc. Como eu possuo esta faculdade desenvolvida, posso afirmar com plena autoridade o que me consta, o que vivi, o que está mais além, etc., etc. .Falando sinceramente e com o coração na mão, posso dizer-lhes o seguinte: Os defuntos vivem normalmente no Limbo, na ante-sala do Inferno, na região dos mortos, astral inferior, região plenamente representada em todas essas grutas e cavernas subterrâneas do mundo, que, unidas ou entrelaçadas intimamente, formam um todo em seu conjunto. É lamentável o estado em que se encontram os defuntos. Parecem sonâmbulos, têm a Consciência completamente adormecida, perambulam por todas as partes e crêem firmemente que estão vivos. Ignoram sua morte. Depois da desencarnação, os vendedores continuam em suas vendas, os ébrios, nas cantinas, as prostitutas, nos prostíbulos, etc., etc. Seria impossível que essas pessoas neste estado de sonâmbulos desta classe, inconscientes, pudessem dar-se ao luxo de escolher o lugar onde devem renascer. O mais natural é que estes nasçam sem saber a hora, nem como, e morrem completamente inconscientes. As sombras dos falecidos são muitas. Cada desencarnado é um montão de sombras inconscientes, um montão de larvas que vivem no passado, que não se dão conta do presente, que estão engarrafadas em todos os seus dogmas, nas coisas rançosas do ontem, nas ocorrências dos tempos idos, nos afetos, nos sentimentalismos de família, nos interesses egoístas, nas paixões animais, nos vícios, etc., etc., etc. Ao renascer, a Essência se expressa durante os primeiros três ou quatro anos da infância e, então, a criatura é formosa, sublime, inocente, feliz. Desafortunadamente, o ego começa a se expressar, pouco a pouco, ao nos acercarmos da idade de sete anos e vem de todo a se manifestar quando a nova personalidade foi totalmente criada. É indispensável compreender que a nova personalidade é criada precisamente durante os primeiros sete anos da infância e que se robustece com o tempo e com as experiências. A personalidade é energética, não é física, como pretendem muitas pessoas, e depois da morte decompõe-se lentamente no cemitério, até se desintegrar radicalmente. Antes que a nova personalidade se forme totalmente, a Essência se pode dar ao luxo de se manifestar com toda a sua beleza e até faz com que as crianças sejam certamente psíquicas, sensitivas, clarividentes, puras, etc., etc., etc. Quão felizes seríamos se não tivéssemos ego, se só se expressasse em nós a Essência. Indiscutivelmente, então não haveria dor, a Terra seria um paraíso, um éden, algo inefável e sublime. O retorno do ego a este mundo é verdadeiramente asqueroso, horripilante, abominável. O ego em si mesmo irradia ondas vibratórias sinistras, tenebrosas, nada agradáveis. Eu digo que toda pessoa, enquanto não tenha dissolvido o ego, é mais ou menos negra, ainda que esteja caminhando pela senda da iniciação e ainda que se presuma cheia de santidade e de virtude. O incessante retorno de todas as coisas é uma lei da vida e o podemos verificar de instante a instante e de momento a momento. Retorna a Terra ao seu ponto de partida cada ano, e então celebramos o ano novo. Retornam todos os astros ao seu ponto de partida original; retornam os átomos dentro da molécula ao seu ponto inicial; retornam os dias, retornam as noites, retornam as quatro estações: primavera, verão, outono e inverno; retornam os ciclos, Kalpas, Yugas, Mahamvantaras, etc. É, pois, a lei do eterno retorno algo indiscutível, irrefutável, irrebatível. P. – Mestre, disse-nos o senhor que não há nenhum amanhã para a personalidade do morto e que o corpo etérico vai-se desintegrando pouco a pouco. Quisera saber se a personalidade dura mais que o corpo físico na desintegração. P. – Mestre, disse-nos que a personalidade não nasce com o ego. Que nos pode dizer sobre o nascimento do corpo vital. V.M. – Amigos! Quero que vocês compreendam que o corpo vital, assento básico da vida orgânica, foi desenhado pelos agentes da vida de acordo com a lei das causas e efeitos. Aqueles que na sua passada existência acumularam dívidas muito graves poderão nascer com um corpo vital defeituoso, o qual, como é muito natural, servirá de base para um corpo também defeituoso. Os mentirosos podem nascer com um corpo vital deformado, dando, como resultado, um veículo monstruoso ou enfermiço. Os viciados poderão nascer com corpo vitais manifestamente degenerados, os quais darão base para corpos físicos também degenerados. Exemplo: O abusador passionário sexual, com o tempo, pode nascer com um corpo vital indevidamente polarizado. Isto motivará um veículo homossexual ou uma forma feminina lesbiana. Indubitavelmente, homossexuais e lésbicas são o resultado do abuso sexual em passadas existências. O alcoólico pode nascer com um cérebro vital anômalo, defeituoso, o qual poderia servir de fundamento a um cérebro também defeituoso. O assassino, o homicida, todo aquele que incessantemente repete tão horrendo delito, com o tempo, pode nascer inválido, coxo, paralítico, cego de nascimento, deformado, horripilante, asqueroso, maníaco ou definitivamente louco. É bom saber que o assassinato é o pior grau de corrupção humana e que de nenhuma maneira poderia o assassino retornar com um veículo são. Seria, pois, muito extenso falar mais, neste instante, sobre este ponto relacionado com a pergunta que me foi feita. P . – Mestre, os que nascem com defeitos físicos, então não são taras hereditárias? V.M. – Distinta dama! Sua pergunta é muito importante e merece que a examinemos em detalhe. As taras hereditárias ostensivamente estão postas a serviço da lei do carma. Vêm a ser o mecanismo maravilhoso mediante o qual se processa o carma. Evidentemente, a herança está nos gens do sexo. Ali a encontramos e, mediante estes, trabalha a lei com todo o mecanismo celular. É bom compreender que os gens controlam a totalidade do organismo humano; acham-se nos cromossomos, na célula germinal, são o fundamento da forma física. Quando estes gens se encontram em desordem, quando não existe a formação natural legítima deles, indiscutivelmente originam um corpo defeituoso e isto é algo que já está demonstrado. P. – Mestre, os egos desencarnados que estão profundamente adormecidos, na região dos mortos, e crêem que ainda vivem, como podem representar as cenas de sua vida se carecem de corpo mental? V.M. – A pergunta que o senhor faz está equivocada no fundo. Isto significa que está mal feita. O ego pluralizado é a mente. Já falamos claramente, já dissemos que o animal intelectual, equivocadamente chamado homem, não tem mente, senão mentes. Indubitavelmente, os diversos agregados psíquicos que compõem o ego não são mais que diversas formas mentais, pluralização do entendimento, etc. Ao retornar todo esse conjunto de mentes ou de eus brigões e gritões, costuma suceder que nem todos se conseguem reincorporar. De uma soma total de agregados psíquicos, alguns destes ingressam na involução submersa do reino mineral, ou se reincorporam em organismos animais, ou se aderem a determinados lugares, etc., etc., etc. Depois da morte, cada um destes agregados vive em suas próprias ocorrências e desejos, sempre no passado, nunca no presente. Não esqueçam os senhores, amigos meus, que o eu é memória, que o eu é tempo, que o é um livro de muitos tomos. P. – Pelo que o senhor nos acaba de dizer, Mestre, sendo nós legião de eus, devo concluir que tampouco temos realidade, por sermos também forma mental. Estou correto? V.M. – Distinto amigo! Senhores e senhoras! Devem os senhores entender que o animal intelectual, equivocadamente chamado homem, ainda não é um ser realizado. Isto significa que nós somos um ponto matemático no espaço, que acede em servir de veículo a determinadas somas de valores. Cada sujeito é um pobre animal pensante, condenado à pena de viver, uma máquina controlada por múltiplos agregados psíquicos infra-humanos e bestiais. O único digno que há dentro de cada um de nós é a Essência, o material psíquico, a matéria-prima para fabricar alma, e esta desafortunadamente está engarrafada em todos estes agregados psíquicos inumanos. Ser homem é algo muito diferente. Para isto é necessário desintegrar o ego e fabricar os corpos existenciais superiores do Ser. Creio que agora me entenderam. P. – Mestre, quer o senhor dizer, então, que de fato somos formas mentais sem umA realidade objetiva? V.M. – Amigos, por favor, entendam-me! Quando falo de agregados psíquicos, refiro-me a formas mentais. É claro que tais agregados são, certamente, cristalizações da mente e isto creio que os senhores o entendem. Não me parece necessário seguir explicando isto... Já foi dito. P. – Vai-me o senhor dizer, querido Mestre, que todos esses muito distintos expoentes do poder mágico da mente, que exaltam a grande importância de ter um mente positiva, estão pois no erro? V.M. – Amigos! Por estes tempos do Kali-Yuga, a idade de ferro, as pessoas dedicaram-se ao mentalismo e por aqui, por lá e acolá encontramos nas livrarias milhares de livros falando maravilhas sobre o burrico da mente. O interessante de tudo isto é que Jesus, o Grande Kabir, montou no burrico (a mente), para entrar na Jerusalém Celestial do Domingo de Ramos. Assim o explicam os Evangelhos, assim o dizem. Porém, as pessoas crucificam a Jesus, o Cristo, e adoram o burro. Assim é a humanidade, meus caros irmãos; assim é esta época de trevas em que vivemos. O que querem desenvolver os mentalistas? A força mental? A força do burro? Melhor seria que os compreensivos montassem nesse animal com o látego da vontade. Assim mudariam as coisas e nos faríamos bons cristãos. Verdade? O que querem desenvolver os mentalistas? A força do ego mental? Melhor é que o desintegrem, que o reduzam a poeira cósmica, assim resplandeceria o espírito em cada um deles. Desafortunadamente, as pessoas destes tempos já não querem nada com o espírito. Agora, prostrados de joelhos, beijam as patas do burrico, do asno, e, em vez de purificar-se, envelhecem miseravelmente. Se as pessoas soubessem que não têm corpo mental e que a única coisa que possuem é uma soma de agregados psíquicos, asquerosas cristalizações mentais, e se, em vez de fortificar e de robustecer esses eus bestiais, os desintegrassem, então, sim, trabalhariam para o bem de si mesmas e para sua própria felicidade. Entretanto, desenvolvendo a força da besta, o poder sinistro do ego mental, o único que conseguem é tornar-se a cada dia mais tenebrosos, esquerdos e abismais. Eu lhes digo aos meus amigos, eu lhes digo aos irmãos do Movimento Gnóstico que reduzam a cinzas seu ego mental, que lutem incansavelmente para se libertar da mente. Assim alcançarão a bem-aventurança. P. – Não lhe parece, Mestre, que uma Essência sem ego daria como resultado uma vida extremamente aborrecida neste planeta que é tão belo? V.M. – Amigos! Ao ego lhe parece aborrecida a existência quando não tem o que quer. No entanto, quando é que o ego está satisfeito? O ego é desejo e o desejo, com o tempo, se converte em frustação, em cansaço, em fastio ... e a vida se torna então aborrecedora. Com que direito, pois, se atreve o ego a falar contra o aborrecimento, quando ele mesmo, no fundo, se converte em tédio, em amargura, em desilusão, em desencanto, em frustação, em aborrecimento? Se o ego não sabe o que é plenitude, como poderia lançar conceitos sobre a mesma? Inquestionavelmente, morto o ego, reduzido a cinzas, o único que fica em nós é a Essência, a beleza, e desta última advém a felicidade, o amor e a plenitude. O que acontece é que os amantes do desejo, os que querem satisfações passionais, as pessoas superficiais, pensam equivocadamente, supões que sem o ego a vida seria terrivelmente aborrecedora. Se essas pessoas não tivessem ego, pensariam de forma diferente, seriam felizes e então exclamariam: A vida do ego é espantosamente aborrecedora! Credes, acaso, amigos, que é muito delicioso retornar incessantemente a este vale de amargura para chorar e sofrer continuamente? É necessário eliminar o ego para nos libertarmos da roda do Samsara.” ( VM. Samael Aun Weor ). QUESTÃO DE ESTUDO Após a leitura deste texto, acesse a página www.agsaw.com.br/vc.htm, assista aos vídeos do tema 26 e faça uma síntese conceitual do assunto, descrevendo o fenômeno natural da morte. |