A gnose, que é o
conhecimento de todas as coisas, sempre esteve presente no seio da humanidade,
desde princípio do mundo até nossos dias, hora de modo velado, como
conhecimento ocultado do grosso da massa humana, hora como conhecimento
desvelado, mas para poucos, através de grandes mestres da humanidade. Como
ocorreu em 1950, ano em que o Dr. Samael Aun Weor restaurou a gnose,
fundando o Movimento Gnóstico Cristão Universal, configurando-o como um
movimento filosófico, científico, místico, sem fins lucrativos. Após a morte do
Dr. Samael, o Sr. Joaquim Henrique Amortegui Valbuena, o VM. Rabolú, o sucedeu na condução do Movimento Gnóstico até sua
morte no ano 2000, quando então foi desativado o Movimento gnóstico, no plano
físico.
O Movimento da Gnose
se deu de modo contínuo e gradativo ao longo dos tempos da história da
humanidade. A Gnose é algo dinâmico, que se movimentou no passado, movimenta-se
no presente e movimentar-se-á no futuro em três círculos: Na exotérica para o
grande público, na mesotérica para poucos iniciados e
na esotérica entre os raros e grandes mestres da humanidade, segundo o
paradigma hermético. Hermes Trismegistro assim dizia:
“o conhecimento está para a massa, mas a massa não está para o conhecimento”.
Leonardo da Vince, com relação ao conhecimento, assim expressou: “Alguns veem,
sem que alguém lhes mostre, outros veem, quando alguém lhes mostra e muitos não
veem nunca, nem que alguém lhes mostre".
O movimento da Gnose
se dá em todo o cosmos. A gnose enquanto conhecimento, no sentido de sabedoria,
é infinita, eterna está presente em todo o cosmos, através de Deus, que é
supremo Criador e conhecedor de todas as coisas.
O movimento da gnose
se dá ao longo das sete raças-raízes. A gnose esteve e estará presente ao longo
das sete raças- raiz. Na Lemúria houve uma intensa
movimentação do conhecimento gnóstico, conforme podemos pesquisar na Antropognose do V.M. Samael Aun Weor.
Da mesma forma ocorreu na Atlântida, o que está devidamente documentado na
Bíblia Sagrada, nos escritos de Platão e de Samael Aun Weor. Desta forma ela se
movimentou ao longo da existência das quatro raças raízes que nos antecederam,
está se movimentando ao longo da nossa atual quinta raça-raiz e se movimentará
na sexta e na sétima raças-raiz.
O movimento da gnose
se deu na Antiguidade. Na antiguidade, a gnose se movimentou através de
diversas escolas iniciáticas. Entre elas podemos
citar o bramanismo, o zoroastrismo; o budismo, a escola egípcia, a escola
grega, a romana, etc.
Como se movimentou a
gnose um pouco antes de Cristo? A gnose se movimentou por meio da escola dos
Nazarenos, Essênios e outros.
Como se deu o
movimento da gnose na época de Cristo? Na época de Jesus Cristo a gnose se
movimentou com todo o seu esplendor. Pois estava presente, na Terra, o mestre
dos mestres em sabedoria.
Como se movimentou a
gnose depois de Cristo? Depois da ida do Redentor, a gnose se movimentou entre
os gnósticos da catacumba, por meio dos alquimistas, das cruzadas, da
maçonaria, da rosacruz, da teosofia, da antroposofia, etc.
Como se dá o movimento
da gnose modernamente? Modernamente, em 1950, o V.M. Samael Aun Weor restaurou a gnose, que se movimentou em quais todos os países do mundo até 1977
por meio do Movimento Gnóstico Cristão Universal, quando veio a deixar este
mundo. Em seu lugar ficou um dos seus discípulos prediletos, o V.M. Rabolú. O V.M. Rebulo esteve à frente do Movimento Gnóstico Cristão
na Nova Ordem até o ano de 2000, quando deixou este mundo.
Como está o
movimento da gnose na atualidade? Atualmente o Movimento Gnóstico Cristão da
Nova Ordem foi desativado por meio do V.M. Rabolú. Existem ainda grupos de estudos gnósticos
independentes, que ainda estudam a gnose, por iniciativa particular. Ao
desativar o movimento da gnose o V.M. Rabolú retirou-o dos grupos de estudos institucionalizados
e o levou para o público externo, por meio do livrinho Hercólubus.
No livro Hercólubus, veiculado pela Fundação V.M. Rabolú da Colômbia, o V. M. Rabolú já se dirigiu ao grande público da humanidade e não
mais para o pequeno grupo de estudantes gnósticos pertencentes aos grupos de
estudos do Movimento Gnóstico Cristão Universal na Nova Ordem.
Isto já havia
ocorrido na história, quando Jesus Cristo veio para os judeus (iniciados).
Estes não o aceitaram, então ele se dirigiu para os humildes (não iniciados).
Em 1950, O Cristo da
Era Aquariana, Samael Aun Weor, Senhor de Marte, o Buda Maitréia,
restaurou a Gnose, ao nos entregar de forma totalmente desvelada os
ensinamentos crísticos que o Grande Kabir Jesus havia deixado aos seus apóstolos para que
entregassem à humanidade.
O V.S. Samael desencarnou em 1977 e deixou o seu fiel discípulo, V.M. Rabolú, no comando do
Movimento Gnóstico, dando a ele todas as prerrogativas para reformular o
Movimento Gnóstico, conforme podemos ler no livro As Três Montanhas. O V.M. Samael anunciou referendou o V.M Rabolú num
congresso com milhares de delegados gnósticos do mundo inteiro.
O V.M. Rabolú fez as reformulações
necessárias no Movimento Gnóstico, dando vida e organicidade a ele. Em 2000 o V.M. Rabolú veio a falecer. Um
pouco antes de falecer ele desinstitucionalizou o
Movimento Gnóstico, por falta de praticidade de seus membros.
O V.M. Rabolú que havia escrito
vários livros, para orientação dos estudantes gnósticos de cunho interno ao
movimento, resolve escrever um último livro, Hercólobus,
mas já destinado ao público externo ao movimento. Numa tentativa de encontrar
na massa humana pessoas raras, ainda com anelos espirituais, o que não
encontrara no Movimento Gnóstico Institucionalizado, para aprenderem e
vivenciar a gnose.
Nos dias atuais, já
no ano 2009, ainda há algumas poucas pessoas, que se reúnem isoladamente, em
grupos de estudos, e ainda estudam e vivenciam os ensinamentos deixados pelos
Veneráveis Mestres Samael e Rabulú.
A verdade é que o
número de pessoas qualificadas para aprender e vivenciar os princípios
gnósticos cada dia decresce mais, numa proporção inversa ao volume de
informações sobre gnose que circulam em livros e na internet.
Milhares de
estudantes gnósticos que estudaram, pesquisaram e não vivenciaram a gnose, ao
longo dos tempos, quando a gnose ainda estava instituída, já voltaram à suas
ordens místicas de outrora, semelhante à Fábula do Peixinho, para cumprir a
profecia da colheita zero, na Idade de Ferro.
A Fábula do Peixinho
diz que havia um peixinho, que morava num determinado rio e era sequioso,
havido por conhecer o oceano. Então ele se dispôs a nadar e ia nadando, nadando
e nadando, à medida que o tempo ia passando e nada dele encontrar o oceano. Já
havia passado muito tempo, já estava cansado e nada. Na sequência dos fatos eis
que ele avistou um peixe mais velho, com aparência de sábio, de Mestre.
– Senhor peixe
velho, o senhor que parece ter tanta sabedoria, poderia dizer onde fica o
Oceano?
– Sim meu caro
peixinho, eu posso dizer sim. Mas antes você poderia me dizer a razão pela qual
quer tanto conhecer o Oceano?
– Eu sei que no
oceano poderei apreender, pesquisar e vivenciar o todo
do conhecimento. No Rio, eu só poderei conhecer uma parte!
– Muito bem senhor
peixinho eu sinto muito em dizer que você já está nadando no Oceano há muito
tempo.
– Obrigado Peixe
velho, eu vou embora, vou continuar procurando o oceano, eu me enganei, você é um bobo, não é um sábio nada, como eu achava!
O Peixinho indignado
deu meia-volta e partiu para sempre. Certamente ele passou, na volta, pelo mesmo lugar que passara na ida. Ele está procurando o oceano até
hoje. Nem se quer ele desconfia que já estivera lá, mas não o reconhecera, devido à falta de percepção, de maturidade, de
compreensão, de consciência.
Os evangelhos
apócrifos de Qumran, no Mar Morto, na Palestina e de Nagh-Hammadi , no Alto Egito, vieram colaborar para a elucidação da importância dos gnósticos
para a disseminação da cristandade primitiva, tal como era vivenciada nos
tempos de Jesus Cristo. Também o V.M. Samael Aun Weor nos dá um conhecimento grande acerca dos acontecimentos que marcaram a passagem
do Mestre Jesus na Terra, da sua doutrina Cristina, da sua missão e da
importância dos gnósticos na formação do verdadeiro Cristianismo.
A gnose, que existe
deste o início das raças humanas, passou pelos lemurianos e pela Atlântida, aonde estes ensinamentos gnóstico já vinham sendo cultivados;
e por meio dos atlantes chegou até aos Naga-maias do Tibet, os maias da América, aos incas do Peru, aos muiscas (da Bolívia), aos Egípcios, etc.
Como estava a
cristandade um pouco antes de Jesus Cristo? Na região da Palestina já existiam
algumas Escolas Gnósticas, como os Essênios, os Batistas (Ordem a qual
pertencia João), os Nazarenos, ordem a que pertenceu Jesus Cristo, etc. Vamos
encontrar nas escrituras apócrifas a descrição das atividades de Jesus entre os
Essênios.
Os Essênios
desenvolviam os seus monastérios às margens do Mar Morto. Formavam uma
comunidade humilde, praticavam votos de pobreza, de castidade e cultivavam a
arte do Silêncio, entre outros. Na comunidade Essênica havia o verdadeiro espírito comunitário, seus bens materiais eram
compartilhados entre todos da comunidade. Tudo era de todos e não havia a posse
individual, como o meu e o teu, somente o nosso.
Jesus Cristo,
conforme mostra os evangelhos canônicos, apresenta em seus ensinamentos, o que
aprendera com os essênios. Por isto ele coloca em prática a cura pela imposição
das mãos, a Santa Unção, etc. Portanto, as cerimônias, as festividades, os
ritos crísticos, a eucaristia, etc., não constituem
em invenção dos cristãos, na nova religião que se iniciara.
Os essênios faziam
voto de castidade ao tempo que casavam também, mas só entre os membros da
própria comunidade; portanto a castidade deles não significa a ausência de
sexualidade, não era como o celibato repressor dos tempos atuais, que violenta
a natureza humana e exclui a mulher da vida sexual. Assim eles praticavam a
Castidade Científica, isto é, praticavam a transmutação da energia sexual sem a
perda do sêmen.
No grupo dos
essênios havia também os Batistas, casta gnóstica a qual pertenceu João Batista
e os Nazarenos, cuja etimologia vem da palavra naza,
de onde deriva o termo nazareno com significado de representantes do culto da
serpente, pois naza vem de naja, a serpente mais
poderosa do oriente.
Nos textos de Qumran vamos encontrar que existiu um grande personagem,
antes de Jesus, conhecido como o Mestre da Justiça, ou Mestre da Retidão, que
foi um grande divulgador da doutrina crística nos
arredores da Terra Santa.
Como estava a gnose
na época de Jesus Cristo? Como o eixo da sabedoria iniciática estava no Egito, todos os que quisessem tornar-se sábio tinham que baixar lá,
pois a gnose estava lá.
Como ficou gnose
após a ressurreição de Jesus? Muitos anos se passaram após a ressurreição do
Cristo Jesus, e seus apóstolos se espalharam por todo o Oriente e também pelo
Ocidente europeu, levando a Gnose do Cristo, a mensagem de redenção aos povos
pagãos da Grécia, da Ásia, do Egito, da Índia, etc. Paulo e Pedro foram pregar
na Grécia e em Roma, André foi à Escócia, Tomé se dirigiu à Índia, Marcos foi
ao Egito, Madalena chegou à França, Maria e José foram à Síria e Turquia e
Santiago ficou em Jerusalém, etc.
Entre os apóstolos,
cada um viveu seu drama crístico particular, nas
regiões a que foi determinado a cada um, espalhando sua "boa nova"
(Evangelho). Foram perseguidos, humilhados, incompreendidos, presos, torturados
e, na maioria dos casos, assassinados. Mas suas mensagens foram bem acolhidas
por aqueles poucos fiéis, sedentos de sabedoria divina, e, assim, com o passar
dos séculos, o cristianismo gnóstico foi ganhando força e popularidade.
Paralelamente a isto também, entre os gnósticos, foram crescendo gradualmente
as correntes cristãs que, por um motivo ou outros eram contrárias ao
ensinamento original e já não concordavam entre si sobre a mesma Gnose. Foi então aí que apareceram no cenário as primeiras divisões
entre as seitas emergentes da época, já no decorrer do primeiro século.
“Citamos aqui uns
poucos exemplos para ilustrar melhor aquele período e percebermos a diferença
radical entre as seitas cristãs (que viriam a ter o nome de Catolicismo) e os gnósticos: Sitiados: Rendiam culto à
Sabedoria Divina representada pela Santa Trindade – Cabem,
a carne - Abel, o mediador-Set, o Deus-sabedoria – Set era considerado igual a
Cristo. Os Setianos, segundo o Mestre Huiracocha, foram os primeiros Teósofos;
este Mestre afirma que no sarcófago de Set foi achado o Livro dos Mortos e
escondido pela Igreja Católica”.
“Naasenos:
Conhecidos como ofitas (do grego Ophis)
eram "adoradores" da serpente; versados em ciência, acreditavam (esta
pode ter sido sua falha) que o líquido da serpente (em sua maior parte
venenoso, segundo seus detratores que não conheciam o profundo significado da
"serpente e seu veneno") poderia salvar a humanidade da escravidão do
pecado; foram herdeiros dos conhecimentos de Tomé e do Evangelho dos Egípcios;
eram astrólogos e tinham o cálice como seu símbolo. Profundos conhecedores da
Alquimia”.
“Valentinianos:
(São Valentim, morreu no ano 161 d.C.)
foi expulso da Igreja por heresia; os Valentinianos mantinham contato constante com as congregações cristãs não-gnósticas da época, não eram bem-vistos pelos bispos da Igreja por "participarem das
missas e homilias da Igreja e por trás interpretavam tudo diferentemente entre
os seus". Isto é o que afirmava Irineu, o bispo de Lyon em suas ferozes
críticas aos gnósticos; Valentim foi um grande matemático e a Cabala era sua
filosofia de vida; sustentava que Jesus era gnóstico; seus ensinamentos sobre
transmutação sexual eram semelhantes aos demais Mestres e escolas gnósticas”.
“Como se pode
perceber, os conceitos entre os gnósticos e os "cristãos" eram
divergentes. Os gnósticos tiveram um inimigo declarado que os perseguiu até o
desaparecimento de quase todas as comunidades gnósticas: Irineu, conhecido como
O Bispo de Lyon. Esse personagem, juntamente com Tertuliano, Policarpo,
Justino, Inácio e Hipólito, são unânimes em declarar publicamente a
"heresia" gnóstica”.
“Naquela época
circulavam diversas Escrituras Sagradas provenientes das mais variadas regiões
do Oriente. Muitos desses escritos, segundo historiadores contemporâneos,
estavam saturados de elementos budistas, gregos, egípcios, hindus, etc. Isto se
devia a que Alexandria, no Egito, era o centro da erudição filosófica. Ali se
encontrava de tudo o que se referia ao que havia de mais atualizado no mundo da
época. Além de capital comercial, a cidade de Alexandria recebia constantemente
filósofos, místicos, membros de quase todas as religiões existentes em outros
países, profetas (muitos deles, claro, puros charlatães), magos, visionários etc... Os sacerdotes judeus e também os cristãos faziam de
tudo para evitar que os conceitos helenizados contaminassem seus templos
dedicados ao Deus antropomórfico”.
“Entre os textos
achados em Qumran destaca-se a obra Filósofo Fumena ou O Livro Secreto dos Gnósticos Egípcios, como o
nomearam os pesquisadores. Nesse livro, Jesus pede permissão ao seu Pai
(Interno) para descer desde o Absoluto até este mundo físico, passando pelos Eons (medidas iniciáticas), e
pede para levar o conhecimento revelador através da Gnose. Fica, então,
estabelecida a palavra Gnose como representação do Ensinamento Divino, puro,
imaculado, sem manchas. Outro texto bastante interessante é o Papiro Nu ou
Confissões Negativas, constituído de 42 pontos ou confissões que o neófito
declara diante de sua divindade interna, seu "Kaom interior", seu juiz da consciência. Este é um trabalho psicológico
idêntico ao que o mestre Samael Aun Weor nos ensina para compreendermos e aniquilarmos
nossos defeitos psicológicos. Um pequeno exemplo desta confissão: "Hoje
não roubei, não matei nenhum ser vivo, não maltratei meu servo, não falei
palavras de ironia, não cobicei a mulher do próximo, não adulterei o peso da
balança etc." Eis o trabalho de revolução da consciência ensinado por Samael”.
“Também circulava
entre as comunidades gnósticas as palavras de Jesus, após sua ressurreição, no
monte das oliveiras, quando ainda passou 11 anos instruindo seus discípulos
mais próximos, sobre a Gnose. Esses diálogos foram compilados em uma Escritura
Sagrada chamada Pistis Sophia, a bíblia dos
gnósticos. Primeiro foi escrita em Copta e traduzida para o grego. Muito se tem
especulado sobre seu verdadeiro significado, porém, (apesar de algumas
traduções modernas de boa qualidade) apenas o mestre Samael conseguiu desvelar sua mensagem. Isso só foi possível através de suas
"viagens espirituais" dentro do Mundo do Cristo Cósmico. Nessa região crística chegam apenas aqueles que encarnaram o Cristo em si mesmo. E nós, Cristãos Gnósticos, cremos que Samael Aun Weor é o Cristo desta Era Aquariana que veio nos entregar novamente a doutrina de
salvação através da Gnose”.
“Segundo a Mestra Helena Blavatsky,
fundadora da Sociedade Teosófica no século 19, "até o
século 4° as igrejas não possuíam altares. Até então,
o altar era uma mesa colocada no meio do templo para uso da comunhão ou repasto
fraternal". E continua ela: "A Ceia, como missa, era, em sua
origem, feita à noite".
Com o passar dos séculos, as igrejas foram sendo
adornadas com cópias de altares da Ara Máxima da Roma pagã. Devemos saber que
os primeiros cristãos (gnósticos em sua essência) não adotavam altares ou
imagens publicamente. Acreditamos que de acordo com o nível de consciência de
seus líderes sacerdotes foi-se modificando este conceito. Isto
passou a acontecer já por volta do século 2°”.
“A Perseguição dos Cristãos em Roma - O Império Romano
tinha seus deuses próprios e não sentiam simpatia com a nova religião que
crescia sob seus olhos. Genius era o nome dado ao
deus criado pelos sacerdotes romanos de acordo com a vontade do imperador, que
era tido como um deus entre os cidadãos romanos. Para atender às mais diversas
situações do povo romano, a cada um dos deuses (Apolo, Afrodite, Cibeles, Vesta, Vênus, etc.) lhe
eram feitos festivais e adorações anuais, mensais, semanais etc. Percebe-se,
aqui, a cópia das Igrejas Católica e Ortodoxa em suas festividades durante o
ano com seus Santos venerados pelos fiéis. Obviamente, o Império Romano não
admitiria uma ofensa sequer contra suas crenças e seus deuses pagãos vinda de
comunidades judaicas helenizadas. A princípio, as comunidades cristãs eram
formadas por judeus convertidos que aceitaram Jesus como seu Messias (Enviado).
Com o decorrer do tempo, vários povos foram sendo evangelizados pelos
discípulos dos apóstolos e aí foram se agregando à nova religião elementos de
várias nacionalidades, inclusive romana e grega, que compartilhavam os mesmos
deuses em suas crenças. Um exemplo dessas adaptações é a data 25 de dezembro,
considerada até hoje como o dia em que Jesus nasceu na Terra Santa. Na verdade,
ninguém sabe o dia correto em que Jesus nasceu. A absorção dessa data se deveu
ao fato de que os pagãos de muitos rincões do Império Romano (tanto no Ocidente
quanto no Oriente) rendiam culto ao Deus do Sol e do Fogo nessa data,
considerada como o início em que o Sol começa sua viagem de volta à Terra para que Ele, o Deus Sol, nos traga novamente a
vida, e a vida em abundância”.
“Com o número crescente de adeptos à nova religião em
Roma, o império decidiu que os cristãos representavam um perigo maior para seu
poder sobre as massas. Sob essa visão de desconfiança, todo aquele que se
confessasse ser cristão era julgado e condenado à morte imediatamente. Irineu,
o bispo de Roma, também conta que sofreu com as perseguições romanas. Assistiu a vários de seus "irmãos" cristãos ser queimados,
torturados e mortos nas arenas do Império. Enquanto Roma perseguia cristãos,
pois para o imperador parecia não haver distinção entre estes e os gnósticos
(pois as duas linhas já estavam se separando cada vez com mais destaque),
Irineu e seus sequazes perseguiam os gnósticos, num jogo de gato contra rato.
Irineu e Tertuliano fizeram duros ataques aos gnósticos julgando-os hereges.
Afirmavam que a cada dia eles apareciam com um novo evangelho; achavam também
um absurdo o fato de as mulheres oficiarem em seus rituais, e que só os homens
deveriam fazê-los. Para Irineu e Tertuliano, um grande filósofo da época, os
gnósticos hereges deveriam desaparecer da cristandade”.
“Outra coisa que incomodava a Igreja predominante em
Roma era o fato de os gnósticos sempre manterem uma postura neutra perante as
perseguições que os cristãos sofriam. Essa "indiferença" adotada
pelos gnósticos fazia com que Irineu odiasse cada vez mais seus conceitos
filosóficos de vida. Entre os vários aspectos do gnosticismo primitivo, algumas
escrituras mostram como seus conceitos sobre Deus e o Cristo
diferiam daqueles apresentados pela Igreja Católica de Roma. Vejamos
alguns exemplos: No Evangelho de Tomé consta que Jesus disse: "Se
manifestarem aquilo que têm em si, isso que manifestarem os salvará. Se não manifestarem o que têm em si, isso que não manifestarem os
destruirá" . Este texto nos lembra um koan do Zen-budismo, não é?”
“Em outro texto achado em Nagh-Hammadi,
intitulado Trovão, Mente Perfeita, lemos um poema extraordinário na voz da
potência feminina de Deus: "Pois eu sou a primeira e a
última. Eu sou a reverenciada e a escarnecida.Sou
a promíscua e a consagrada.Sou a esposa e a virgem...Sou a infecunda,e muitos
são os seus filhos... Sou o silêncio que é incompreensível...Sou
a pronunciação do meu nome." Entre os anos 140 e 160, Teódoto,
um grande mestre gnóstico, escreveu na Ásia Menor que: "O gnóstico é
aquele que chegou a compreender quem éramos e quem nos tornamos; onde
estávamos... para onde nos precipitamos; do que
estamos sendo libertos; o que é o nascimento, e o que é o renascimento".
“Monoimus, outro mestre
gnóstico, dizia: "Abandone a busca de Deus, a criação e
outras questões similares. Busque-o tomando a si mesmo como o ponto de
partida. Aprenda quem dentro de você assume tudo para si e diga: ‘Meus Deus,
minha mente, meu pensamento, minha alma, meu corpo’. Descubra as origens da
tristeza, da alegria, do amor, do ódio... Se investigar cuidadosamente essas questões,
você o encontrará em si mesmo. Até antes da descoberta dos manuscritos do Mar
Morto e de Nagh-Hammadi, entre outras descobertas
passadas, só tínhamos informações sobre os gnósticos através dos violentos
ataques escritos por seus opositores. O bispo Irineu, que era responsável pela
igreja de Lyon, por volta do ano 180, escreveu cinco volumes intitulados Destruiçào e Ruína Daquilo que Falsamente se Chama
Conhecimento, onde começa prometendo "apresentar as opiniões daqueles que
hoje ensinam heresias... e mostrar como suas afirmações são absurdas e incompatíveis com a verdade... Faço isso para que... vocês possam
instar todos os seus conhecidos a evitarem esse abismo de loucura e blasfêmia
contra Cristo".
“Como diz o Mestre Huiracocha,
bispo da Igreja Gnóstica Ortodoxa nos mundos superiores, que escreveu na sua
obra La Iglesia Gnóstica, que os gnósticos não
precisam de leis ou dogmas, e sim, de uma senda. E isso contraria as normas da
seita católica quando afirma que o corpo de Cristo é formado pelos fiéis e a
Igreja Católica espalhada mundo afora. Até o conceito de Criador é diferente
entre as duas partes. A Igreja de Roma ainda adota o mesmo conceito dos judeus
quando aceitam que Deus e a criatura são distintos entre si. Neste caso, Deus
está lá em algum ponto do universo, observando suas criaturas, condenando uns
ao Inferno e oferecendo o Paraíso a outros, lançando raios de ira em nossas
cabeças, vingativo, caprichoso e cheio de manhas como uma criança enfadonha. Já
os gnósticos concebiam, e ainda são assim, que Deus, o Incriado,
o não-formado, o
Incognoscível, está escondido dentro de sua própria criação, e que só
conseguiremos realizá-lo dentro nós quando erradicarmos de nossa psique os
elementos indesejáveis que carregamos e que adormecem nossa Consciência. Assim
como predicavam os antigos gnósticos, temos de realizar a Gnose dentro e fora
de nós. Aí, sim, poderemos conhecer Deus face a face sem morrer”.
QUESTÃO DE ESTUDO Após a leitura deste texto, clique aqui, assista aos vídeos da aula 02, faça uma síntese conceitual do assunto, descrevendo a História da Gnose e dos Gnósticos.
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